A experiência de imaginação histórica docente, a experiência de imaginação histórica discente e o aprendizado de história

Abstract

Resumo: Este trabalho teve como objetivo investigar qual a relação entre a experiência de imaginação histórica docente, a experiência de imaginação histórica discente e o aprendizado de história. Para atingir esse objetivo, além da realização de uma revisão sistemática de literatura, foram desenvolvidos dois estudos. O estudo um, de caráter qualitativo, por meio do método microfenomenológico, possibilitou a caracterização da experiência de imaginação histórica docente e da experiência de imaginação histórica discente. O estudo dois, de caráter quantitativo, por meio do método de Pesquisa Intervenção, levou a um diagnóstico referente ao desempenho atingido por estudantes em dois contextos distintos: a) um contexto de ensino dialógico sem o engajamento imaginativo docente e b) um contexto de ensino por narrativas históricas imagináveis com o engajamento imaginativo docente. O estudo um teve como lócus investigativo uma sala de aula de 9º ano em uma escola da rede Waldorf. O estudo dois manteve a Escola Waldorf e acrescentou como lócus investigativo mais uma sala de aula de 9º ano de um colégio da rede Montessori. Os resultados quantitativos e qualitativos foram interpretados a partir de concepções atuacionistas sobre o funcionamento cognitivo. Adotou-se como fundamentação teórica estudos desenvolvidos por Francisco Varela e colaboradores, a abordagem collingwoodiana sobre a imaginação histórica e a adequação desse conceito para o contexto da sala de aula realizada por pesquisadores do ensino história como Vivienne Little, Peter Lee, Hilary Cooper, John Fines e Bodo Von Borries. Como resultado do percurso investigativo trilhado, concluiu-se que a relação entre a experiência de imaginação histórica docente e a experiência de imaginação histórica discente é de caráter intersubjetivo e influencia significativamente no aprendizado devido à existência de um entrelaçamento entre ambiente, corpos e mentes.

Abstract: This work aimed to investigate the relationship between the teaching historical imagination experience, the student historical imagination experience and history learning. To achieve this objective, in addition to carrying out a systematic literature review, two studies were developed. Study one, of a qualitative nature, using the microphenomenological method, made it possible to characterize the experience of teaching historical imagination and the experience of student historical imagination. Study two, of a quantitative nature, using the Intervention Research method, led to a diagnosis regarding the performance achieved by students in two different contexts: a) a dialogic teaching context without the imaginative engagement of teachers and b) a teaching context through imaginable historical narratives with imaginative teacher engagement. Study one had as its investigative locus a 9th grade classroom in a Waldorf school. Study two maintained the Waldorf School and added another 9th grade classroom from a Montessori school as an investigative locus. The quantitative and qualitative results were interpreted based on actuationist conceptions of cognitive functioning. The theoretical basis was adopted by studies developed by Francisco Varela and collaborators, the Collingwoodian approach to historical imagination and the suitability of this concept for the classroom context carried out by history teaching researchers such as Vivienne Little, Peter Lee, Hilary Cooper, John Fines and Bodo Von Borries. As a result of the investigative path followed, it was concluded that the relationship between the experience of teaching historical imagination and the experience of student historical imagination is intersubjective in nature and significantly influences learning due to the existence of an intertwining between the environment, bodies and minds.