Atravessamentos formativos de um professor de sociologia

Abstract

Resumo: Esta pesquisa envolve marcas de experiências deste professor de sociologia, vividas na escola e em outros espaços. Elas me convocaram a pensar alguns movimentos minoritários que vazam do currículo institucionalizado. Corpos que resistem no cotidiano, criando efeitos micropolíticos. Ao mesmo tempo que inventam outros modos de estar no mundo, traçam táticas de resistência. Assim, cartografa-se o traçado de linhas de vida e de formação docente, potencializadas pelas afetações e pelos contágios ocorridos nos encontros com estudantes e também com autores e autoras, aliados da pesquisa. Com esses movimentos, aprende-se e criam-se outras formas de ocupar a escola, a educação, a docência, a sociologia, o mundo. Aprende-se a criar atenção, disponibilidade e abertura aos encontros. Vida pulsando em mundos que se encontram e se desmancham, enquanto outros surgem. Em processos de desterritorialização, busca-se desautomatizar os modos de vida, escapando aos modelos do capitalismo e da pedagogia dominante. Percursos formativos que marcaram e inventaram este professor, que pesquisa, leciona e procura aprender com estudantes em situações diversas. Entre elas, as ocupações das escolas em 2016. Circunstâncias pensadas aqui como ocasião de formações potentes, transformadoras das experiências na escola. Formações singulares e singularizantes. A cartografia como inspiração metodológica produz abertura, sensibilidade e uma postura éticopolítica para mapear os efeitos de acontecimentos que me atravessam e marcam a minha trajetória. E convidam a pensar diferentemente os processos de formação docente, afastando-se de abordagens prescritivas e normativas. Cartografia que se constrói aliada também a autoras e autores como Gilles Deleuze, Félix Guattari, Jorge Larrosa, Kátia Kasper, Tomaz Tadeu da Silva, Sílvio Gallo, Tim Ingold – especialmente em suas contribuições para análises acerca da potência do corpo, da presença e atenção, dos encontros, das educações menores, nos atravessamentos. E Suely Rolnik, entre outros, para construir uma pesquisa de inspiração cartográfica.

Abstract: This research involves the experiences of this sociology teacher, lived at school and in other spaces. They convened me to think about some minority movements that leak out of the institutionalized curriculum. Bodies that resist in everyday life, creating micropolitics effects. At the same time as they invent other ways of being in the world, they outline resistance tactics. Therefore, the outline of lines of life and teacher training is mapped, enhanced by the affects and contagions that occur in meetings with students and also with authors, allies of the research. With these movements, other ways of occupying school, education, teaching, sociology, and the world are created. You learn to create attention, availability and openness to encounters. Life pulsing in worlds that meet and fall apart, while others emerge. In processes of deterritorialization, the aim is to deautomatize ways of life, escaping the models of capitalism and dominant pedagogy. Training paths that marked and invented this teacher, who researches, teaches and seeks to learn from students in different situations. Among them, the occupations of schools in 2016. Circumstances considered here as an opportunity for powerful training, transforming experiences at school. Singular and singularizing formations. Cartography as a methodological inspiration produces openness, sensitivity and an ethical-political stance to map the effects of events that cross me and mark my trajectory. And they invite us to think differently about teacher training processes, moving away from prescriptive and normative approaches. Cartography that is also constructed in conjunction with authors such as Gilles Deleuze, Félix Guattari, Jorge Larrosa, Kátia Kasper, Tomaz Tadeu da Silva, Sílvio Gallo, Tim Ingold – especially in their contributions to analyzes about the power of the body, presence and attention , of meetings, of minor education, at crossings. And Suely Rolnik, among others, to build cartographic-inspired research.