Desvios vermelhos : percursos poéticos em um ateliê na escola
Resumo
Resumo: Esta pesquisa cartografa encontros entre arte, educação, linguagens e as relações estéticas que permeiam o fazer docente. Me interessam os movimentos que partem da experiência com linguagens da arte no espaço que se potencializa pelos encontros: Um ateliê. A escrita acontece como um rastreio das conversas entre arte e educação, delineadas pelas ocorrências do ateliê e pelas conversas com outros autores. Traço um processo singular de formação docente conectando o corpo com a prática, dialogando sobre a estética no espaço a qual permite deslocamentos e novas conexões com materiais e linguagens da arte, tramando outras formas de produção do saber (Farina, 2008). Destaco a presença deste corpo que já foi visto como um corpo doente, remendado nas fissuras, o qual hoje é composto por marcas que reaparecem e mostram a potência dos encontros (Fiadeiro; Eugénio, 2012) e dos agires (Deligny, 2015). Nos cantos do meu corpo é possível ver marcas que se cicatrizaram, mas, por ora, voltam a se avermelhar. É o corpo da professora. Contágio pelas brechas entre corpos. Desvios e devires (Deleuze; Guatari, 1997) ressaltam o contato com os cantos deste corpo-pele que se apresentam calorosamente em feridas. As intensidades do ateliê, da pesquisa com artistas, das linguagens artísticas, das crianças e dos atravessamentos na professora compõem esta cartografia (Rolnik, 1989). Conectar os atravessamentos que me avermelham o corpo e me movem com a potência da pesquisa em arte e educação, colabora para que este texto se relacione como um contágio pelas experimentações no ateliê e da abertura de corpos docentes que podem considerar outras formas de ensinar. Abstract: This research maps encounters between art, education, languages and the aesthetic relationships that permeate teaching. I am interested in movements that start from experience with art languages, in the space that is enhanced by encounters. An atelier. The writing takes place as a trace of conversations between art and education, which are outlined by events in the atelier and conversations with other authors. I outline a unique process of teaching formation that connects the body with practice, dialoguing about aesthetics in the space that allows displacements and new connections with materials and art languages, plotting other forms of knowledge production (Farina, 2008). I highlight the presence of this body that was once seen as a sick body, patched up in cracks, which today is composed of marks, which reappear and show the power of encounters (Fiadeiro; Eugenio, 2012) and acting (Deligny, 2015). On the corners of my body, it is possible to see marks, which have healed but, for now, are reddening again. It's the teacher's body. Contagion through gaps between bodies. Deviations and becomings (Deleuze; Guattari, 1997) highlight the contact with the corners of this body-skin, which present themselves warmly in wounds. The intensities of the atelier, the research with artists, the artistic languages, the children and the crossings in the teacher make up this cartography (Rolnik, 1989). Connecting the crossings that redden my body and move me with the power of research in art and education, helps this text to be related as a contagion through experiments in the atelier and the opening of teaching bodies that can consider other ways of teaching.
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