Agronegócio e a LGBTI+fobia no campo
Resumo
Resumo: Este artigo objetiva trazer reflexões acerca da violência produzida pelo sistema capitalista, tendo como foco seu modelo de agricultura - o agronegócio - que tem como pilares a propriedade da terra e a posse dos corpos, a produção de comodities, a monocultura, a transgenia e o uso de agrotóxico, bem como a transnacionalização. Como o agronegócio abrange as dimensões econômica, política e cultural, é fundamental ressaltar como ele vem potencializando a cultura heterossexista, machista, racista e LGBTI+fóbica junto à classe trabalhadora do campo em suas diferentes expressões. Numa sociedade de base capitalista, patriarcal, heterossexista e racista, estas violências podem se interseccionar nos corpos da população LGBTI+ que vive no campo com maior intensidade, contribuindo para o agravamento da violência de gênero diante de outras violências perpetradas através dos conflitos agrários. A resistência e a luta pela terra, é território de militância da autora deste trabalho, que, filha de assentados da Reforma Agrária, atua no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. No processo histórico da luta pela Reforma Agrária Popular, justiça social e soberania alimentar, tem aprendido, estudado e construído ações em torno da Diversidade Sexual e Identidade de Gênero, a fim de fortalecer a participação das LGBTI+ na luta organizada. O artigo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica e documental, compreendendo que o tema em destaque é histórico e atravessado por aspectos ideológicos, veiculando interesses e visões de mundo.
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- Educação do campo [600]