A busca por produtos substitutos, entre 2020 e 2022, e as contradições do Brasil contemporâneo
Resumo
Resumo: Durante a pandemia SARS-CoV 2 - Covid19, o Brasil vivenciou um período de significativa inflação, em grande medida, influenciada pelos reflexos negativos nas cadeias de logística e insegurança de renda das populações. Nesse contexto, observou-se, não exclusivamente, mas majoritariamente, nas regiões menos desenvolvidas a naturalização, ou surgimento, de produtos substitutos que até então não eram alternativas de consumo para as classes menos favorecidas, mesmo em um cenário de estabilidade econômica. Como exemplos, é possível destacar a industrialização e comercialização de pele de frango e a de ossos de carne bovina. Outro setor que apresentou um comportamento peculiar nesse período foi o setor de energia, no âmbito residencial, uma vez que o consumo de lenha ultrapassou o consumo de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) nas residências brasileiras, segundo pesquisa da EPE – Empresa de Pesquisa Energética. Nesse contexto, observa-se que a corrosão do poder de compra das famílias é majorada quanto menor for o poder aquisitivo da classe social de interesse. Na esteira desse fenômeno, desnudou-se uma flagrante condição de desigualdade social no Brasil e uma notória contradição ao passo que o país se destaca como expoente na exportação de carne e, parte da população, recorreu à produtos substitutos impensáveis a pouco tempo. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar, em caráter qualitativo, o surgimento e comercialização de produtos substitutos no Brasil no período pandêmico (2020 e 2022) e desnudar contradições e fragilidades sociais que não eram flagrantes até então