Estrutura populacional de canela-preta (Ocotea catharinensis Mez. - Lauraceae) em comunidades florestais do Médio Vale do Itajaí, SC, como forma de subsídio ao manejo da espécie
Resumo
Resumo: A estrutura populacional é o resultado dos processos ecológicos que agem sobre o indivíduo. O conjunto das respostas individuais se reflete na dinâmica da população, evidenciada nas taxas de natalidade, desenvolvimento, sobrevivência, reprodução e mortalidade. Objetivou-se determinar a estrutura e a dinâmica da população de Ocotea catharinensis (Mez) Lauraceae., espécie arbórea dióica de dossel da floresta pluvial sob clima temperado úmido de verão quente, em Blumenau, no Parque Natural Municipal das Nascentes do Rio Garcia (aproximadamente 26° 55' S e 49° 05' W; 350 a 735 m de altitude). Foram demarcadas dez matrizes, com diâmetro maior que 20 cm e inventariados todos os indivíduos de canela-preta existentes em um raio de 17,5m ao redor da matriz amostrando 1.000 m2 por matriz, com 10.000 m2 de área amostrada Todos os indivíduos da espécie foram medidos e marcados com etiqueta plástica numerada. O diâmetro basal foi medido a 5cm do solo com auxílio de paquímetro de precisão ou com fita métrica nos indivíduos com mais de 10cm de diâmetro basal. Foi também registrada a altura total (distância entre a base e o ápice da planta), e nos indivíduos com mais de 2,5m de altura, essa foi estimada. Foi também medida a distância entre a matriz e o indivíduo. A herbivoria foliar ou folivoria foi estimada visualmente, utilizando a seguinte escala, adaptada de Fournier (1974): O -não ocorrência de herbivoria; 1 -entre 1 e 25 % de dano; 2-entre 25 e 50 %; 3 -entre 50 e 75 % de dano; 4 -entre 75 e 100 % de herbivoria. Para essa estimativa, considerou-se a área foliar total da planta. A análise dos dados obtidos foi feita através do programa JMP (1995). A densidade total foi calculada pela simples razão entre o número total de indivíduos amostrados e a área total amostrada, transformada para n de indivíduos/m². Calculou-se também a densidade para cada fase ontogenética. No total foram amostrados 241 indivíduos abrangendo a área de 10 matrizes e aproximadamente 1,0 ha de área amostrada. A densidade total calculada, foi de 241 ind/ha. O diâmetro médio dos indivíduos amostrados foi de 2,46 cm (S = 8,6) e a média de altura foi de 121,8 (S = 360). A curva, gerada pelo número de indivíduos em cada classe de tamanho, tem a forma de 'J' invertido, característica das populações longevas que subsistem muito tempo como jovens sob as florestas pluviais sob climas tropicais ou temperados e que originam pequeno número de adultos que ocupam o dossel. A herbivoria foliar não foi intensa na população no período avaliado, o que pode indicar que este não seja um fator limitante para a população. A estrutura e dinâmica de população de Ocotea catharinensis em floresta pluvial sob clima temperado do Sul do Brasil apresentou padrão semelhante ao daquelas climáxicas do dossel de florestas pluviais sob climas tropicais.
Collections
- MBA em gestão florestal [393]