Canto da pessoa idosa em tempos de pandemia : implicações das fontes de autoeficácia na aprendizagem experiencial

Abstract

Resumo: Esta tese teve como objetivo analisar como os relatos sobre fontes de autoeficácia de pessoas idosas explicam as relações entre estilos de aprendizagem preferenciais, níveis de autoeficácia geral e os fatores associados envolvidos na prática do canto coral em modelo remoto. Realizada durante a pandemia da Covid-19, esta pesquisa utilizou a metodologia sequencial mista, relacionando a primeira parte, dos objetivos quantitativos, com a segunda parte, dos objetivos qualitativos, e a integração de dados. Os instrumentos utilizados foram: Entrevista telefônica para avaliação do estado cognitivo (TICS-M), Questionários Sociodemográfico e Socioeconômico da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP); Inventário de Estilo de Aprendizagem de Kolb (KLSI), Escala de Autoeficácia Geral Percebida (EAGP) e uma entrevista semiestruturada. O estudo quantitativo teve uma amostra constituída de 140 pessoas idosas participantes do canto coral on-line, integrantes de 60 corais diferentes que estavam em ação na pandemia, em 7 estados do país. No estudo qualitativo foram realizadas entrevistas individuais com 12 integrantes da parte quantitativa que possuíam o estilo de aprendizagem adequado estatisticamente. Os participantes foram observados durante 1 ano e 5 meses, entre as fases quantitativa e qualitativa da pesquisa, nos anos de 2021 a 2022. Para análise, os dados quantitativos foram tabulados e analisados pelo software estatístico STATA MP 14.1 (StataCorp, College Station, TX, EUA). As frequências absoluta (n) e relativa (%) foram utilizadas para a descrição das variáveis categóricas. As associações entre fatores sociodemográficos com estilos de aprendizagem, preferências da autoeficácia com prática musical, experiência com mídias, satisfação com o coral e preferências de atividades com os estilos de aprendizagem, foram verificadas utilizando o teste de qui-quadrado e exato de Fisher. O valor probabilístico de p<0,05 foi utilizado como significância estatística para todas as comparações realizadas. Para colaborar com as análises qualitativas, foi empregado o método comparativo constante de análise de dados, detalhado por Charmaz (2009), com apoio para criação de códigos e categorias preliminares do software MAXQDA. Na integração de dados, foram compilados os dados quanti-quali e avaliadas as implicações das fontes de autoeficácia na aprendizagem experiencial dos idosos. Diante dos resultados apresentados, pode-se dizer que os dados qualitativos das fontes de autoeficácia explicaram os altos níveis de autoeficácia da amostra, encontrados na parte quantitativa, sendo observados quatro estilos de aprendizagem presentes em aprendizes idosos, com maior evidência para acomodadores e convergentes, sendo que assimiladores se sentiram mais confiantes na prática coral no modelo on-line e os divergentes tiveram maior esforço de adaptação. A autoeficácia alta da amostra evidencia um grupo motivado e capaz de realizar atividades e desafios, mesmo pela primeira vez. As fontes de autoeficácia apontaram diferenças entre os estilos de aprendizagem dos idosos. A fonte mais fortalecedora de autoeficácia em todos os quatro estilos de aprendizagem foi o domínio dos indicadores fisiológicos.

Abstract: This thesis aimed to analyze how reports on sources of self-efficacy of older people explain the relationships between preferred learning styles, levels of general selfefficacy and the associated factors involved in the practice of remote choral singing. Conducted during the Covid-19 pandemic, this research used the mixed sequential methodology, relating the first part of the quantitative objectives with the second part of the qualitative objectives and data integration. The instruments used were: Telephone interview to assess the cognitive status (TICS-M), sociodemographic and socioeconomic status of ABEP; Kolb Learning Style Inventory (KLSI), Perceived General Self-Efficacy Scale (EAGP); and a semi-structured interview. The quantitative study had a sample of 140 elderly people participating in online choral singing, members of 60 different choirs that were in action in the pandemic, in 7 states of the country. In the qualitative study, individual interviews were carried out with 12 members of the quantitative part who had the statistical appropriate learning profile. Participants were observed for 1 year and 5 months, between the quantitative and qualitative phases of the research, in the years 2021 to 2022. For analysis, quantitative data were tabulated and analyzed by the statistical software STATA MP 14.1 (StataCorp, College Station, TX, USA). Absolute (n) and relative (%) frequencies were used to describe categorical variables. The associations between sociodemographic factors with learning profiles; preferences of self-efficacy with musical practice, experience with media, satisfaction with the choir; and activity preferences with learning styles were verified using the chi-square and Fisher's exact test. The value of p<0.05 was used as statistical significance for all comparisons carried out. To collaborate with the qualitative analyses, the constant comparative method of data analysis was used, detailed by Charmaz (2009), with support for the creation of codes and preliminary categories of the MAXQDA software. In the data integration, quanti-quali data were compiled and the implications of the sources of self-efficacy in the experiential learning of the elderly were evaluated. In view of the results presented, it can be said that the qualitative data from the sources of self-efficacy explained the high levels of selfefficacy of the sample, found in the quantitative part, with four learning styles present in senior learners, with greater evidence for accommodators and convergents, whereas assimilators felt more confident in the choral practices in the online model and the divergent ones had a greater effort to adapt. The high self-efficacy of the sample evidences a group motivated and capable of performing activities and challenges, even for the first time. The sources of self-efficacy pointed out differences between the learning styles of the elderly. The most empowering source of self-efficacy in all four learning styles was the mastery of physiological indicators.