Desenvolvimento da imaginação e atividade criadora pela mediação do RPG juntamente a alunos com altas habilidades/superdotação

Abstract

Resumo: O objeto de estudo desta pesquisa é a imaginação e atividade criadora. Como objeto, é suscetível de análise a partir das mais diversas noções. Das várias tentativas de analisar este fenômeno, observamos que algumas se aproximam, de fato, da realidade, enquanto outras se afastam ou compreendem de maneira equívoca. Esta noção que consideramos equívoca parte de e atinge tanto o senso comum como o meio acadêmico. De modo geral, o paradigma que norteia estas concepções de imaginação e atividade criadora é profundamente interligado ao sistema econômico capitalista, cujo interesse tem sido a exploração de tudo o que é possível para se manter em hegemonia. Lubart e Sternberg (1992; 1995), têm contribuído consideravelmente para o status que a imaginação e atividade criadora possuem no capitalismo. Por esta razão, concordamos com Raslam Filho e Barros (2018) quando apontam que a instrumentalização da imaginação e atividade criadora, na realidade, aprisiona os sujeitos em lugar de libertá-los. Desta forma, para superar essa estrutura sobre a atividade criadora, recorremos à Teoria Histórico-Cultural, que propõe um paradigma revolucionário que supere o capitalismo. Partimos deste ponto para propor uma intervenção no desenvolvimento da imaginação. Assim, o instrumento que propusemos para o desenvolvimento da imaginação e atividade criadora foi um jogo, objeto que também é cooptado pelo capitalismo a ser utilizado tanto em empresas como em escolas. Para superar estas concepções de jogo, recorremos a Elkonin (2009) que entende o jogo a partir de uma visão sócio-histórica. Diante dos princípios lançados por Elkonin (2009), encontramos no Role Playing Game (RPG), o jogo mais apropriado para lidar com as barreiras encontradas. Entendemos o RPG como um dos jogos mais complexos e mais propensos ao desenvolvimento da atividade criadora, assim como uma das formas de compreender o mecanismo da imaginação em Vigotski (2009). De posse dessas informações, iniciamos a busca da forma mais profícua de se aplicar o RPG nos moldes que determinamos e, encontramos nos Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação o espaço favorável para tal. Desta forma, chegamos ao objetivo principal da pesquisa, que foi compreender o processo de desenvolvimento da imaginação e atividade criadora de crianças com Altas Habilidades/Superdotação à luz da teoria histórico-cultural, a partir da mediação do instrumento denominado Role Playing Game. A partir do delineamento da pesquisa-intervenção, organizamos os procedimentos e instrumentos para a obtenção de informações em torno de: uma entrevista inicial com participantes, seus pais e sua professora, os modelos de como se jogar e mestrar RPG, as orientações e o tempo para a criação das histórias, o período de aplicação das criações de cada participante e uma entrevista final. Todo o resultado desse processo foi analisado a partir da perspectiva microgenética de Vigotski e a análise do diálogo a partir de Bakhtin (VOLOCHINOV, 2017). Os participantes da pesquisa foram quatro adolescentes entre treze e quinze anos, além de contatos com seus pais e professora. Foi analisado o entorno de cada participante, assim como suas interações antes e depois da aplicação do RPG. Sobre o desenvolvimento da atividade criadora, constatamos que em todos os casos, nas histórias narradas por seus criadores, foi um padrão tal desenvolvimento, confirmando a tese prosta nessa pesquisa. Além desta constatação, apreciamos em ação o mecanismo de imaginação descrito por Vigotski (2009), no qual encontramos nuances no funcionamento, ou seja, o mecanismo varia diante de cada sujeito. Por último, analisamos os resultados destas interações e criações dos participantes para a sua tomada de consciência.

Abstract: The object of study of this research is imagination and creative activity. As an object, it is susceptible to analysis from the most diverse notions. Of the various attempts to analyze this phenomenon, we have observed that some are, in fact, closer to reality, while others are farther away or misunderstood. This notion, which we consider equivocal, is part of and affects both common sense and academia. In general, the paradigm that guides these conceptions of imagination and creative activity is deeply intertwined with the capitalist economic system, whose interest has been the exploration of everything possible to maintain its hegemony. Lubart and Sternberg (1992; 1995), have contributed considerably to the status that imagination and creative activity have in capitalism. For this reason, we agree with Raslam Filho and Barros (2018) when they point out that the instrumentalization of imagination and creative activity actually imprisons subjects instead of freeing them. Thus, to overcome this structure on creative activity, we resort to the Historical-Cultural Theory, which proposes a revolutionary paradigm that overcomes capitalism. We start from this point to propose an intervention in the development of imagination. Thus, the instrument we proposed for the development of imagination and creative activity was a game, an object that is also co-opted by capitalism to be used both in companies and in schools. To overcome these conceptions of the game, we turn to Elkonin (2009) who understands the game from a socio-historical point of view. In view of the principles launched by Elkonin (2009), we found the Role Playing Game (RPG) to be the most appropriate game to deal with the barriers encountered. We understand the RPG as one of the most complex games and most prone to the development of creative activity, as well as one of the ways to understand the mechanism of imagination in Vygotsky (2009). With this information, we started the search for the most fruitful way to apply the RPG in the ways that we determined and, we found in the Centers of Activities of High Skills/Giftedness the favorable space for this. In this way, we arrived at the main objective of the research, which was to understand the process of imagination development and creative activity of children with High Abilities/Giftedness in the light of the cultural-historical theory, from the mediation of the instrument called Role Playing Game. From the design of the intervention research, we organized the procedures and instruments for obtaining information around: an initial interview with participants, their parents and their teacher, the models of how to play and master RPG, the guidelines and the time for the creation of the stories, the period of application of the creations of each participant and a final interview. The entire result of this process was analyzed from the microgenetic perspective of Vygotsky and the analysis of the dialogue from by Bakhtin (VOLOCHINOV, 2017). The research participants were four teenagers between thirteen and fifteen years old, in addition to contacts with their parents and teacher. The surroundings of each participant were analyzed, as well as their interactions before and after the application of the RPG. Regarding the development of creative activity, we found that in all cases, in the stories narrated by their creators, such development was a pattern, confirming the thesis propounded in this research. In addition to this observation, we appreciate the mechanism of imagination described by Vygotsky (2009) in action, in which we find nuances in the functioning, that is, the mechanism varies with each subject. Finally, we analyze the results of these interactions and participants' creations for their conscience.

Resumen: El objeto de estudio de esta investigación es la imaginación y la actividad creativa. Como objeto, es susceptible de análisis desde las más diversas nociones. De los diversos intentos de analizar este fenómeno, hemos observado que algunos están, de hecho, más cerca de la realidad, mientras que otros están más alejados o mal entendidos. Esta noción, que consideramos equívoca, forma parte y afecta tanto al sentido común como a la academia. En general, el paradigma que guía estas concepciones de la imaginación y la actividad creativa está profundamente entrelazado con el sistema económico capitalista, cuyo interés ha sido la exploración de todo lo posible para mantener su hegemonía. Lubart y Sternberg (1992; 1995), han contribuido considerablemente al estatus que la imaginación y la actividad creativa tienen en el capitalismo. Por eso, coincidimos con Raslam Filho y Barros (2018) cuando señalan que la instrumentalización de la imaginación y la actividad creativa en realidad aprisiona a los sujetos en lugar de liberarlos. Así, para superar esta estructura sobre la actividad creativa, recurrimos a la Teoría Histórico-Cultural, que propone un paradigma revolucionario que supere al capitalismo. Partimos de este punto para proponer una intervención en el desarrollo de la imaginación. Así, el instrumento que propusimos para el desarrollo de la imaginación y la actividad creativa fue un juego, un objeto que también es cooptado por el capitalismo para ser utilizado tanto en las empresas como en las escuelas. Para superar estas concepciones del juego, recurrimos a Elkonin (2009) quien entiende el juego desde un punto de vista socio-histórico. Ala vista de los principios lanzados por Elkonin (2009), encontramos que el Role Playing Game (RPG) es el juego más adecuado para hacer frente a las barreras encontradas. Entendemos el RPG como uno de los juegos más complejos y más proclives al desarrollo de la actividad creativa, así como una de las formas de entender el mecanismo de la imaginación en Vygotsky (2009). Con esta información iniciamos la búsqueda de la forma más fructífera de aplicar los RPG en las formas que determinamos y encontramos en los Centros de Actividades de Altas Habilidades/Superdotación el espacio propicio para ello. De esta manera, llegamos al objetivo principal de la investigación, que fue comprender el proceso para el desarrollo de la imaginación y la actividad creativa de los niños con Altas Habilidades/Superdotación a la luz de la teoría histórico-cultural, a partir de la mediación del instrumento llamado RPG. A partir del diseño de la investigación de intervención organizamos los procedimientos e instrumentos para la obtención de información en torno a: una entrevista inicial a los participantes, sus padres y su profesor, los modelos de cómo jugar y dominar los RPG, las pautas y el tiempo para la creación de las historias, el periodo de aplicación de las creaciones de cada participante y una entrevista final. Todo el resultado de este proceso fue analizado desde la perspectiva microgenética de Vygotsky y el análisis del diálogo de Bakhtin (VOLOCHINOV, 2017). Los participantes de la investigación fueron cuatro adolescentes entre trece y quince años, además de contactos con sus padres y docente. Se analizó el entorno de cada participante, así como sus interacciones antes y después de la aplicación del RPG. En cuanto al desarrollo de la actividad creativa, encontramos que en todos los casos, en los relatos narrados por sus creadores, dicho desarrollo fue un patrón, confirmando la tesis planteada en esta investigación. Además de esta observación, apreciamos el mecanismo de la imaginación descrito por Vygotsky (2009) en acción, en el que encontramos matices en el funcionamiento, es decir, el mecanismo varía con cada sujeto. Finalmente, analizamos los resultados de estas interacciones y las creaciones de los participantes para su toma de conciencia.