Salário mínimo como ferramenta de redistribuição de renda

Abstract

Resumo: O presente trabalho investiga a hipótese de existir um efeito positivo na distribuição de renda em uma economia capitalista periférica resultante de um aumento persistente do salário mínimo. Por intermédio da criação de um modelo econômico estruturalista de simulação, que utiliza o conceito de tipos ideias, delimita-se um campo teórico de análise que serve de instrumento de compreensão do mundo pelo cientista. As dimensões éticas, referentes às remunerações dos trabalhadores, contidas nas obras dos autores de destaque nas Ciências Econômicas, mas negadas principalmente pelos neoclássicos, são apresentadas para elucidar que existe um conflito moral numa simbiose social-política-acadêmica. A título de exemplo são apresentadas as prescrições, por parte dos países centrais, para que os países periféricos adotassem medidas de austeridade fiscal, contenção da expansão monetária e creditícia e diminuição ou postergação dos reajustes dos salários. O fato de não atingiram os objetivos desejados e, como será apresentado, piorarem o quadro sócio econômico desses países não abalou sua aderência nos discursos políticos, que em parte se explica pela simplicidade teórica. Por fim, são apresentados os dados empíricos registrados nos últimos dez anos no Brasil que configuram um fenômeno inexplicável pela teoria convencional: aumento de salários com redução do desemprego.