Uma análise crítica dos pressupostos filosóficos utilitaristas da economia ambiental
Resumo
Resumo: A Economia Ambiental constitui um campo de estudos autônomo no âmbito da Economia que se propõe a abordar os recursos naturais, como fator de produção, em um contexto de finitude e escassez diante das ilimitadas necessidades humanas. Sua missão se concentra em alinhar instrumentos econômicos que permitam otimizar o uso dos recursos ambientais, ou seja, utilizá-los de forma a propiciar maior utilidade aos que dele usufruem. Neste contexto, pode-se afirmar que os pressupostos filosóficos da economia ambiental estão centrados no utilitarismo. A finalidade deste trabalho é voltar-se ao estudo da origem histórica, da definição, dos princípios fundamentais e da aplicabilidade do utilitarismo na Economia Ambiental. Com este escorço histórico e filosófico, torna-se possível delinear as relações apresentadas pelos utilitaristas – Bentham, Stuart Mill, Hume, Helvétius e Sidwick – entre utilidade individual e utilidade social e evidenciar a não coincidência entre os dois conceitos, fraturando, assim, um dos postulados fundamentais da teoria da utilidade. Neste sentido assume importância a abordagem final aplicada da Economia Ambiental através da análise da abordagem do "gap ecológico" e de alguns de seus instrumentos – como o método do custo-benefício e a valoração monetária de recursos ambientais-, objetivando demonstrar a insuficiência do utilitarismo como fundamento filosófico de um saber que, tal como é construído, não está sendo capaz de garantir a sustentabilidade ecológica e que, nesta toada, ameaça a própria existência humana.
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- Ciências Econômicas [2148]