Os quakers e a fundação da Colônia de Pennsylvania : ética religiosa e liberalismo

Abstract

Resumo: A colônia de Pennsylvania foi fundada sobre os fundamentos da liberdade de pensamento, democracia, tolerância religiosa e pacifismo. O objetivo deste trabalho foi demonstrar que estes princípios eram propagados pela ética religiosa quaker, professada pelo proprietário fundador da colônia, William Penn, assim como mensurar sua importância no desenvolvimento da província. Um breve resumo da história das colônias americanas, no século XVI 1, é apresentado para situar a análise. A visão inovadora de Penn de criar um refúgio espiritual no Novo Mundo para os perseguidos por sua fé resultou na atração de grande quantidade de imigrantes europeus, e na relação pacífica e produtiva com os índios Leni-Lenape. A condução dos negócios da província baseada na ética cristã produziu uma pujança na economia, na política e na cultura em patamar superior às demais colônias. Os acordos firmados entre Penn e as tribos nativas, para aquisição de terras, foram mantidos em perfeita regularidade e respeito mútuo, desde a fundação em 1682, até por volta do ano de 1737. A Carta constitucional de 1701 efetivou-se como a de maior representatividade política para os colonos, entre todas as legislações coloniais norte-americanas, mantendo-se em vigor até a Independência. Pennsylvania tornou-se uma das mais prósperas e politicamente participativas entre as províncias americanas. O seu comércio externo entre a metrópole, o Novo Mundo e as Antilhas, bem como a agricultura de suprimento e a manufatura, foram muito desenvolvidos. A renda, como em toda a Nova Inglaterra e Colônias Centrais, foi sensivelmente melhor distribuída que nas Colônias do Sul, pelo tipo de loteamento em pequenas glebas e produção familiar. Foi a primeira colônia que decretou a libertação dos escravos. A cultura e a educação, representada pelas escolas, bibliotecas e pelos espetáculos, tinham na capital Philadelphia o seu principal centro em toda a América do Norte.