Novas concepçoes filosóficas da era moderna e a fundamentaçao teórica da economia política clássica
Resumo
Resumo: A proposta do presente trabalho é analisar as ligações entre as mudanças ocorridas nas concepções filosóficas do mundo ocidental com a transição da Idade Média para a Era Moderna e as bases morais que fundamentaram a emancipação da Economia Política como um ramo autônomo da ciência, através da tradição clássica iniciada por Adam Smith. Abordaremos o pensamento de Maquiavel e de Hobbes, dois dos primeiros sistematizadores dos paradigmas filosóficos modernos, procurando compreender os elementos fundamentais em que basearam suas análises do homem e da sociedade. Também estudaremos as reflexões teóricas mercantilistas, sua inserção na sociedade do século XVII e a aparente adoção de uma postura favorável à intervenção do Estado nas atividades econômicas. Em seguida, veremos como Locke, flexibilizando o sistema de Hobbes, formulou uma teoria do estado liberal que melhor se adaptava à nova realidade social. Finalmente, levantaremos hipóteses que enfatizam a proximidade entre a doutrina clássica e as reflexões teóricas que a precederam. Para tanto, abordaremos primeiramente a gradual mudança ocorrida na perspectiva moral frente às atividades ligadas ao enriquecimento material, para então analisar as semelhanças entre as proposições econômico-políticas do século XVII e o pensamento de Smith e dos fisiocratas. Concluímos sugerindo a existência de uma certa uniformidade intelectual ao longo do período, no que tange a algumas premissas básicas e a um quadro geral de referência intelectual.
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- Ciências Econômicas [2072]