La paradoja de la conciencia plena en ausencia de afectividad ampliada : la empatía distanciada de la ética en las intervenciones basadas en mindfulness y la cuestionable normalización materialista de lo que nos hace humanos

Abstract

Resumo: Trata-se de uma visão crítica e estruturada do estudo atual sobre a empatia e as intervenções baseadas no Mindfulness, utilizadas como forma de impactar o desenvolvimento da empatia. Conta-se com um pano de fundo epistemológico oferecido pelo Sistema Teórico da Afetividade Ampliada (STAA), meta-teoria de cunho monista que oferece uma importante alternativa teórico-metodológica para o estudo dos temas em questão. O objetivo proposto no trabalho é identificar os principais reducionismos nos níveis ontológico, epistemológico e axiológico presentes na abordagem atual do conceito de empatia e de suas aplicações, estudando-se especificamente o caso das intervenções baseadas em Mindfulness. Analisa-se o efeito que as intervenções baseadas em Mindfulness, tal como propostas a partir de ciência ocidental, conseguem ter na empatia. Para tanto, propôs-se um estudo de natureza mista capaz de determinar a extensão das intervenções baseadas em Mindfulness sobre a empatia por meio da ferramenta de metanálise vinculada à revisão bibliográfica, bem como de um estudo empírico de natureza qualitativa com o fim de evidenciar o lugar de empatia nessas práticas e a relação com suas origens, a saber, a tradição budista. Os resultados da metaanálise mostraram que, embora existam mudanças na empatia após uma intervenção baseada em Mindfulness, a eficácia do efeito da intervenção é pequena, limitada à dimensão nominada como 'estresse pessoal'. Além disso, o mencionado efeito está relacionado à maneira de mensurar a empatia por meio de testes do tipo autorrelato, os quais já foram indicados em outros estudos como limitados para explicar o processo empático. Os resultados do estudo empírico, por sua vez, mostraram uma importante separação entre a prática do Mindfulness de suas origens budistas, resultando em uma prática voltada principalmente para o 'treinamento mental' em detrimento de aspectos de caráter emocional e social como a empatia. Conclui-se que, embora a prática do Mindfulness gere mudanças relevantes no stress pessoal, dito efeito apenas evidencia o problema subjacente: o preço da "cientificidade" na maneira ocidental de se estudar os problemas que, despojando-se de princípios definidos pela ética e de outros aspectos subjetivos, acaba relegando de seus objetos de estudo aspectos essenciais. O ser humano desprende-se de sua qualidade profunda (espiritualidade), alterando-se pelo racionalismo; a empatia desprende-se de seu caráter social e emocional, de conexão com o outo e o mundo; e o Mindfulness desprende-se de seu aspecto devocional e subjetivo (advindo do Budismo), reduzindo-se também para um exercício mental com alguns matizes de bondade. Por fim, destaca-se a atitude científica proposta pelo STAA como proposta superadora dos problemas atuais no estudo de temas tão importantes para o desenvolvimento humano equilibrado, tais como a espiritualidade, e muitos outros que deixam, como consequência prática, aplicações fragmentadas nos principais cenários de desenvolvimento humano, como a educação. Palavras-chave: Afetividade Ampliada. Empatia. Mindfulness. Espiritualidade. Interação. Desenvolvimento humano.

Abstract: It is a critical and structured view of the current study of empathy and interventions based on Mindfulness as a way to impact the development of it, with an epistemological background offered by the Theoretical System o f Affectfulness (STA). A metatheory with a monistic stamp that through its main approaches provides an alternative for the study of the topics in question. The proposed objective is to point out the main limitations at the ontological, epistemological and axiological levels present in its current approach, based on the absence of clear evidence pointing to the real effect that Mindfulness-based interventions such as proposals from Western science manage to have in empathy. From this absence, a study of a mixed nature is proposed to determine the current scope of Mindfulness-based interventions on empathy through the metaanalysis tool, as well as a qualitative approach that demonstrates the place of empathy in those practices as well as the actual relationship with their origins to say, the Buddhist tradition. The results at a quantitative level indicate that despite changes in empathy after an intervention based on Mindfulness, the effect size of this intervention is small, limited to the dimension known as "personal stress." Additionally, this effect is related to the way of measuring empathy through self-report type tests, already indicated in other studies as limited to account for the empathic process. Qualitatively, the results show an important separation of Mindfulness practice with its Buddhist origins, which results in a practice focused mainly on mental training to the detriment of more emotional and social aspects such as empathy. We conclude that although the practice of Mindfulness generates important changes in the so-called "personal stress", which can be the gateway to the construction of empathy, this effect only evidences the underlying problem: the price of "scientificity", that in the way of studying the problems, without biases and subjectivism, it ends up stripping from its objects of study, essential aspects. To the man of his deep human quality (his spirituality) changing it by rationality, to the empathy of his social character, reducing it to psychological function mainly and to the Mindfulness (Buddhism) of his religious and subjective aspect reducing him equally to mental training with some dyes of goodness. Finally, the scientific attitude proposed by the STA is highlighted as the overcoming of the current problems in the study of topics as essential for balanced human development as spirituality and many others that leave as consequence practices and fragmented applications in the main development scenarios as education. Keywords: Affectfulness. Empathy. Mindfulness. Spirituality. Interaction. Human development.