Escola pública e pobreza : a inserção do estudante pelo Programa Bolsa Família
Resumo
Resumo : A conjuntura político-econômica que se desenha atualmente nos remete a uma reflexão sobre a relação escola pública e pobreza a partir da inserção do estudante pobre pelo programa Bolsa Família. Nessa direção, este artigo discute tal relação fundamentando-se na contribuição de teóricos como Arroyo (2013), Gentili (2009) e Libâneo (2016). Pode-se considerar que o Programa Bolsa Família possibilitou a inserção do estudante pobre até os bancos escolares. Essa dinâmica incita uma compreensão diferente de perceber este estudante, sobretudo enquanto possuidor de direitos e agente de transformação social. Assim, o objetivo deste artigo é discutir a relação escola, pobreza e estudante a partir de revisão bibliográfica e observação de uma escola do Município de Pato Branco bem como da análise do número de matrículas de estudantes beneficiários na referida escola. Compreende-se que, efetivamente há um número significativo de estudantes do programa que frequentam a escola, o que tende a modificação da relação escola e pobreza. Preliminarmente os dados da pesquisa apontam que, estes, que outrora eram excluídos da escola, agora se percebem excluídos do curriculum e do processo de ensino-aprendizagem e nem respeitado nas suas individualidades socioculturais. Isso significa que a escola pública não consegue se aproximar do estudante pobre. Com isso, o estudante pobre se afasta da escola que tanto almejou, pois percebe a opressão. Não obstante, o aluno ao invés de se sentir acolhido e incluso, começa a perceber as contradições do capital e com isso vê a possibilidade de resistir e superá-lo.