Dívida pública e equivalência ricardiana : histórico, contexto e problemas
Resumo
Resumo: O Teorema da Equivalência Ricardiana, o resultado de que alterações na dívida pública não possuem efeito sobre as principais variáveis macroeconômicas, formulado na sua versão contemporânea por Robert J. Barro, ocupa um lugar central nas discussões sobre finanças públicas. Seu surgimento, contudo, não pode ser tomado isoladamente. Este trabalho coloca a Equivalência Ricardiana nos seus diversos contextos teóricos: (i) como etapa importante do debate sobre os efeitos da dívida pública; (ii) como um resultado teórico dependendo de condições técnicas de modelagem específicas; (iii) como elemento no surgimento de uma nova fase no pensamento macroeconômico, a perspectiva novo clássica; (iv) como o uso do nome de David Ricardo e uma determinada interpretação do seu pensamento. Esta contextualização é feita por meio de revisão da literatura acompanhada de comentários visando estabelecer as relações existentes
entre ela e os diversos contextos mencionados. O modelo de Barro é apresentado em detalhes e é dada particular ênfase nas condições técnicas que permitem o seu resultado central. A inserção de Barro na nascente tradição novo clássica é apresentada e comentada. A versão contemporânea da Equivalência Ricardiana é comparada com o pensamento ricardiano original. É mostrado que o pensamento de Ricardo é mais complexo do que seria de se esperar através de uma leitura simplista da Equivalência. O trabalho encerra considerando, a partir de possibilidades teóricas levantadas por Barro, os efeitos possíveis de um novo elemento a ser inserido no modelo, um fator tecnológico crescente ao longo do tempo, sobre a Equivalência Ricardiana
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- Ciências Econômicas [2097]