O negro no Brasil : entre a formação do país e o descaso na atualidade

Abstract

Resumo: O presente trabalho analisa as desigualdades socioeconômicas entre negros e brancos no Brasil do século XXI, correlacionando-as com o passado colonial e escravagista brasileiro e as relações sociais construídas a partir dele. Economicamente, a colônia se formou baseada no comércio externo, na grande propriedade monocultora e na mão de obra escrava, principalmente africana. Durante a escravatura, os escravizados negros chegaram a ser maioria populacional em algumas regiões da colônia. A sociedade escravagista era organizada a partir do antagonismo entre brancos e negros. Com a abolição do sistema escravista, não houve absorção do contingente liberto no mercado de trabalho, o que colaborou para sua exclusão da sociedade de classes em formação. A ruptura do sistema não foi capaz de romper com a hegemonia branca e as relações de raça pouco mudaram. As desigualdades baseadas na raça se mantiveram e, até os fins do século XX, nenhuma política pública de reparação foi proposta. Atualmente pretos & pardos são mais da metade da população e, comparativamente aos brancos, ocupam os piores postos de trabalho, possuem os maiores índices de desemprego e os piores salários, são minoria nas universidades, além de possuírem menor esperança de vida ao nascer. A partir da revisão da literatura especializada da área e da observância de dados fornecidos por diferentes fontes este trabalho busca entender o processo de manutenção e reprodução das disparidades raciais no Brasil