Breves apontamentos sobre as origens do dinheiro : duas perspectivas sobre os primórdios das relações monetárias
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Data
2020Autor
Coelho, Artur de Paula Neves, 1986-
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Resumo : Este trabalho tem como objetivo analisar criticamente duas concepções sobre as origens e o desenvolvimento do dinheiro. Nas ciências econômicas, a escola clássica e a escola neoclássica de pensamento econômico classificam o dinheiro como uma ferramenta neutra, um véu neutro, nada mais que um componente de facilitação das trocas. Esta perspectiva se apoia em uma narrativa sobre a origem do dinheiro a partir de uma linearidade evolutiva que vai do escambo ou troca direta até o desenvolvimento do crédito, e a compreensão de que sua necessidade consiste principalmente em facilitar o processo de compra e venda. Este modo de ver as relações econômicas surge através de um modo de pensar que posiciona o indivíduo e a ação individual como elemento primordial. Vide a influência de fundamentos e princípios ideológicos, assim como dos limites de conhecimento de determinada época, abre-se a possibilidade de questionamento ao entendimento da escola neoclássica, mais especificamente ao entendimento de Carl Menger, sobre a origem e os desenvolvimentos desta importante ferramenta econômica. Assim, torna-se oportuna a contraposição teórica a partir de outro modo de se entender as possibilidades de acontecimento sobre as origens primevas do dinheiro, principalmente devido aos avanços que encontram fundamento no registro material arqueológico descoberto nos últimos dois séculos e dos desenvolvimentos teóricos de diversas áreas de conhecimento que compõem um diálogo referente ao dinheiro. À luz de descobertas na economia, na sociologia, na arqueologia e na antropologia, a produção de conhecimento dos séculos XX e XXI abre a possibilidade de reavaliação sobre o entendimento do papel de pessoas e instituições através da história. O pensamento de parte da heterodoxia econômica e de correntes de pensamento de outras áreas de conhecimento, mais especificamente o tratamento cartalista e histórico concreto, é apresentado como uma compreensão alternativa do objeto, que, a partir de uma abordagem inter e transdisciplinar, insere no debate impressões de outras áreas que dialogam com a economia e enriquecem a compreensão sobre as origens e desenvolvimento do dinheiro, um objeto cuja curiosidade transpõe os limites das fronteiras modernas da produção de conhecimento.
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- Ciências Econômicas [2097]