Efeitos de um programa parental em grupo para mães de crianças com problemas de comportamento : um estudo experimental
Abstract
Resumo: Estudos empíricos mostram que programas parentais produzem efeitos positivos diretos em práticas parentais e indiretos na saúde mental. Esta pesquisa visou: a) avaliar os efeitos de um programa parental em grupo, em mães de crianças com problemas de comportamento, sobre indicadores de práticas parentais positivas (habilidades sociais educativas parentais, responsividade e exigência parental e qualidade na interação familiar); b) verificar os efeitos indiretos sobre indicadores de saúde mental (depressão e estresse parental); além de c) verificar a manutenção das aquisições comportamentais após seis meses. Participaram 20 mães, cujos filhos, de nove a 13 anos, aguardavam psicoterapia em Clínica-Escola com queixas aferidas pelo Child Behavior Checklist (6-18). As mães foram distribuídas randomicamente em um Grupo Experimental (GE) e em um Grupo Controle (GC). Aplicaram-se instrumentos nas mães e em seus filhos em três medidas: pré-teste, pós-teste e seguimento, no GE, e linha de base 1, linha de base 2 e linha de base 3, no GC. O Inventário Beck de Depressão, o Índice de Stress Parental e o Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais foram aplicados nas mães. As Escalas de Responsividade e Exigência Parental e as de Qualidade na Interação Familiar foram respondidas pelas mães e por seus filhos. O programa de intervenção teve 12 encontros de duas horas, desses: oito encontros semanais consistiram no Programa de Qualidade na Interação Familiar (PQIF) de Weber, Salvador e Branderburg (2011) e mais quatro encontros (três quinzenais e o último após seis meses) foram incluídos para esta investigação, trabalhados por meio de vivências e técnicas comportamentais. Realizaram-se análises estatísticas inferenciais para comparar os resultados quantitativos em ambos os grupos. Constataram-se efeitos diretos na aprendizagem de vários comportamentos parentais positivos e minimização de práticas negativas, na maioria das mães, ao término do programa e no seguimento. Com relação à comparação das medidas das avaliações realizadas, verificaram-se mudanças significativas no pré/pós e no pré/seg em Habilidades Sociais Educativas Parentais (Z=-2,28; p=0,007 e Z=-2,84; p=0,004), nas categorias de Habilidades Sociais Infantis (Z=- 2,04;p=0,041, Z=-2,38; p=0,017 e Z=-2,23; p=0,026), no pré/pós, no pré/seg e no pós/seg, em Contexto (Z=-2,21; p=0,027 e Z=-2,21; p=0,027), em Práticas Parentais Negativas no pré/pós, no pré/seg e no pós/seg (Z=-2,21; p=0,027, Z=-2,38; p=0,018 e Z=-2,12; p=0,034) e em Problemas de Comportamento, no pré/pós e no pré/seg (Z=-2,23; p=0,026 e Z=-2,13; p=0,033); em Responsividade Parental no pré/pós e no pré/seg na avaliação das mães (t=-3,14; =p0,012 e t=-3,10; p=0,013) e dos filhos (t=-3,95; p=0,003 e t=-3,59; p=0,006), em Exigência Parental, na avaliação dos filhos, no pré/pós e no pré/seg (t=-3,10; p =0,013 e t=-3,35; p=0,008); na Qualidade na Interação Familiar em Envolvimento no pré/pós e no pré/seg na avaliação das mães (Z=-2,12; p=0,034 e Z=-2,32; p=0,021) e dos filhos (Z=-2,66; p=0,008 e Z=-2,71; p=0,007), em Regras e Monitoria no pré/seg na avaliação das mães (Z=-2,06; p=0,039) e dos filhos (Z=-2,44; p=0,015), na Comunicação Positiva, mães e filhos, no pré/seg. (Z=-2,10; p=0,036 e Z=-1,96; p=0,050), na Comunicação Negativa (mães) na comparação entre pré/pós (Z=-2,26; p=0,024) e no pré/seg (Z=-2,26; p=0,024), no Clima Conjugal Negativo (mães) no pré/pós (Z=-2,05; p=0,041) e no pré/seg nas mães (Z=-2,26; p=0,024) e filhos (Z=-2,39; p=0,017). Houve efeitos indiretos na saúde mental materna, com significância estatística na diminuição de Depressão no pré/pós (Z=-2,61; p=0,009) e no pré/seg (Z=2,50; p=0,012) e em Estresse Parental no pós/seg (Z=-2,71; p=0,007). Foram observados alguns comportamentos de descrição de relações funcionais, que contribuíam ou dificultavam uma interação de qualidade com os filhos, compatível com melhorias em autoconhecimento. Salienta-se que a participação das mães no programa de intervenção grupal e vivencial, com controle metodológico e seguimento, provavelmente, contribuiu para aquisições e manutenção comportamentais, na maioria das mães, com redução dos problemas comportamentais de seus filhos. Palavras-chave: Programa parental. Práticas parentais. Responsividade e exigência parental. Depressão. Estresse parental. Análise funcional. Abstract: Empirical studies present that parental program produces direct positive effects on parental, and indirect on mental health practices. This study aimed to: a) evaluate the effects of a parental group program in mothers of children with behavioral problems, about indicators of positive parental practices (parental educational social skills, responsiveness and parental demand and quality of family interaction); b) verify indirect effects on mental health indicators (depression and parental stress); and c) verify the maintenance of the behavioral acquisitions after six months. Participated twenty mothers, whose children aged nine to 13 years, were awaiting psychotherapy in a School Clinic, with complaints from the Child Behavior Checklist (6-18). Mothers were randomly assigned to an Experimental Group (EG) and Control Group (CG). Instruments were applied to mothers and their children in three measures: pre-test, post-test and follow-up, in the EG, and baseline 1, 2 and 3, in the CG. The Beck Depression Inventory, the Parental Stress Index, and the Interview Script of Parental Social Educative Skills were applied to mothers. Parental Responsiveness and Demandingness and Quality of Family Interaction scales were answered by the mothers and their children. The intervention program had 12 twohour meetings, of which: eight weekly meetings consisted of Quality of Family Interaction Program, of Weber, Salvador and Branderburg (2011) and four meetings (three fortnightly and the last one after six months) were included for this investigation, approached through experiences and behavioral techniques. Inferential statistical analyzes were performed to compare the quantitative results in both groups. Direct effects on learning several positive parenting behaviors and minimization of negative practices were observed, in most mothers, at the end of the program and in the follow-up. In relation to the comparison of the measures of the evaluations, there were significant changes in pre / post and pre / follow-up in Parental Educational Social Skills (Z=-2,28; p=0,007 and Z=-2,84; p=0,004), in the categories of Childhood Social Skills (Z=-2,04; p=0,041, Z=-2,38; p=0,017 and Z=-2,23; p=0,026), in pre/follow-up and in pos/ ollow-up in Context (Z=-2,21; p=0,027 and Z=-2,21; p=0,027), in Negative Parenting Practices in the pre/post, pre/follow-up and in the post/follow-up (Z=-2,21, p=0,027, Z=-2,38, p=0,018 and Z=-2,12, p=0,034) and in Behavior Problems in the pre/post and pre/follow-up (Z=-2,23, p=0,026 and Z=-2,13, p=0,033); in Parental Responsability in pre/post and pre/follow-up in the evaluation of mothers, (t=-3,14, p=0,012 and t=-3,10, p=0,013) and of the children (t=3,95, p=0,012 and t=-3,10, p=0,013); in Parental Demandingness, in the evaluation of the children in pre/post and pre/follow-up (t=-3,10, p=0,013 and t=-3,35, p=0,008), in Quality in Involving Family Interaction in pre/post and pre/follow-up in the evaluation of mothers (Z=-2,12, p=0,034 and Z=-2,32, p=0,021) and of the children, in Rules and Monitoring in the pre/follow-up in the evaluation of the mothers (Z=- 2,12; p=0,034 and Z=-2,32; p=0,021), and of the children (Z=-2,44; p=0,015), in Positive Communication, mothers and children, in pre/follow-up (Z=-2,10, p=0,036 and Z=-1,96, p=0,050), in Negative Communication (mothers) in the comparison between pre/post (Z = - 2,26, p = 0,024 and Z=-2,05, p=0,041), and in the pre/post in the mothers (Z=-2,26, p=0,024), in Conjugal Negative Climate (mothers) in the pre/post (Z=-2,05; p=0,041), and children (Z=- 2.39, p =0,017). There were indirect effects on maternal mental health, with a statistical significance in the reduction of pre/post depression (Z=-2,61, p=0,009) and pre/follow-up (Z=2,50, p=0,012) and in Parental Stress in post/follow-up (Z=-2,71, p=0,007). Some behavioral descriptions of functional relationships were observed, which contributed to or hindered a quality interaction with the children, compatible with improvements in selfknowledge. It should be noted the probability that mothers participation in the group intervention and experiential program, with methodological control and follow-up, contributed to behavioral acquisition and maintenance in most mothers, reducing their children's behavioral problems. Palavras-chave: Parental program. Parental practices. Parental responsibility and parental demandingness. Depression. Parental stress. Functional analysis.
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