A imprensa na época do estado novo e sua irrelevância para a construção do discurso historiográfico
Resumo
Resumo : Este trabalho tem como objetivo discutir e explicitar o que levou os historiadores, a partir de análises de discursos historiográficos, não utilizarem a produção da imprensa da época do Estado Novo como referência para a construção de seus trabalhos. Para tanto, será feito um confronto de discursos: o dos jornais e o dos historiadores, para mostrar como foi o processo de construção e desconstrução da imagem do herói brasileiro de guerra, que combateu nos campos de batalha italianos contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Em primeiro lugar será analisada a formação dessa imagem através dos discursos jornalísticos da época, levando-se em conta a importância dos jornais impressos naquele momento como formadores de opinião e pela ampla população que atingiam. Um dos aspectos desse trabalho no âmbito dos discursos jornalísticos é verificar como os jornais colocavam sentido nos textos, tendo o conhecimento de que o nacionalismo do Estado Novo, as atitudes do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e os artifícios do jornalismo podem interferir na construção desse sentido. Na sequência, a análise se estende aos discursos de historiadores a respeito do assunto, mostrando como, em duas diferentes épocas, profissionais da história constroem o discurso a respeito do soldado brasileiro e da participação do país na guerra. Como contraponto ao que foi feito pelo jornalismo, serão mostrados quais foram os processos de manipulação de notícia do fato, tendo como base o que o discurso historiográfico diz a respeito disso e quais fontes foram utilizadas pelos historiadores. Esta é uma maneira de demonstrar e concluir os motivos que levam a história a não utilizar a mídia da época como referência para construir a história do momento, mesmo sendo o jornalismo uma fonte de memória das sociedades das quais e para as quais fala
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