Aspectos mercadológicos do pequi (Caryocar brasiliense Camb.) no estado de Minas Gerais, Brasil
Resumo
Resumo : Este trabalho tem por objetivo caracterizar o mercado do Pequi (Caryocar brasiliense Camb.) no estado de Minas Gerais. Por meio de um levantamento bibliográfico junto à instituições e trabalhos científicos, foi possível obter informações sobre o pequi e sua comercialização no Brasil e no estado de Minas Gerais. Verificou-se que o pequi é um fruto nativo do bioma cerrado no Brasil, uma fruta extremamente importante culturalmente além de apresentar um mercado bastante significativo capaz de gerar renda, recursos e fonte de alimento para inúmeras comunidades normalmente carentes distribuídas nas regiões do cerrado brasileiro. Deste Produto Florestal Não Madeireiro - PFNM pode-se obter vários subprodutos utilizados na culinária típica, como fonte de biodiesel e apresenta características terapêuticas. Os estados brasileiros que mais produzem e comercializam a fruta são os estados do Ceará e Minas Gerais respectivamente. Os dados referentes à produção foram obtidos de estatísticas disponíveis junto ao IBGE e CEASA/MG. Para a análise dos preços mínimos foram utilizados dados da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB. Para a análise de produção nacional, considerou-se o período compreendido entre 1990 a 2011 e para a análise junto ao CEASA em Minas Gerais, o período de pesquisa foi de 1995 a março de 2013. No ano de 2011 a produção em toneladas no estado de Minas Gerais foi de 1766, representando 25% da produção total do Brasil, ficando atrás apenas do Ceará. Em Minas Gerais a mesorregião Norte lidera a produção com 79,15% do total das três principais mesorregiões do estado, apresentando média anual de 979,09 t para o período pesquisado. Esta mesma região em 2011 representou 18,94% de toda a produção nacional com incremento médio anual de 789 t. Conclui-se que o pequi possui grande valor cultural e potencial econômico e torna-se a cada dia uma alternativa econômica para o Cerrado brasileiro. O mercado é na sua maioria informal, formado por uma cadeia produtiva simplificada onde não apresenta indústrias, constituída de extrativistas e atravessadores diversos que manipulam de forma marginal os preços e a dinâmica produtiva. Junto a esse mercado, existem também as cooperativas que organizam parte da cadeia produtiva. Já a política de preços mínimos PGPM-Bio para o pequi funciona apenas como um sinalizador. Este fato mostra que há necessidade de intervenção do governo, de forma a criar um estrutura de organização para formalizar este mercado capaz de contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões envolvidas.
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- MBA em gestão florestal [410]