O uso das tecnologias e a flexibilização do trabalho : risco de precarização?
Resumo
Resumo: Esta pesquisa aborda o crescente uso da tecnologia, principalmente dos meios telemáticos de comunicação, nas relações de trabalho e como estes impactam no fenômeno da flexibilização. Procurou-se elaborar uma cronologia histórica sobre o fenômeno da flexibilização no mundo do trabalho, tanto em relação aos seus fundamentos econômicos e políticos, mas também confrontando-se com os sistemas de produção adotados no modo de produção capitalista. Sua compreensão deve ser realizada com cautela, pois o discurso patronal dominante apresenta a união da tecnologia com a flexibilização do trabalho como uma conquista paradigmática das novas gerações que estão entrando no mercado de trabalho. Ademais, este discurso substanciado pelos interesses do capital ainda localiza a flexibilização como um dos pilares para a sobrevivência e competitividade das empresas no mercado, de tal forma que impulsionaria também a economia. Diante desse discurso e da crescente disseminação da tecnologia nas relações laborais, impende analisar os impactos da tecnologia no movimento flexibilizatório e seus efeitos na vida pessoal do trabalhador, no que tange a sua subjetividade, mas também seus efeitos nas relações sociais e movimentos coletivos. Não se pode negar que esse contexto instaura uma nova morfologia do trabalho, marcada pela intensificação e pela intersecção do tempo de trabalho com o "tempo de não trabalho". É nesse contexto que este texto procura discutir a nova configuração do mundo do trabalho, marcado pela tecnologia e pela flexibilização, principalmente no que diz respeitos aos riscos de precarização do trabalho. Ou seja, diante dessa nova morfologia do trabalho, é necessário compreender criticamente os riscos do uso desmedido da tecnologia e sua forma de impacto na vida do trabalhador, para que não haja um enfraquecimento dos direitos trabalhistas e uma afronta à proteção e dignidade do trabalhador.
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- Ciências Jurídicas [3570]