Estimativa dos foraminíferos aglutinantes de carapaça espessa e opaca vivos e sua contribuição na caracterização da plataforma externa da Bacia de Santos
Resumo
Resumo : O Rosa de Bengala é um corante amplamente utilizado para identificar foraminíferos vivos, entretanto, em alguns foraminíferos aglutinantes robustos não é possível observar a coloração do protoplasma através da carapaça. Foi quantificado o percentual de indivíduos vivos registrados para cada espécie de foraminífero aglutinante robusto, a fim de verificar a contribuição desses indivíduos na densidade de foraminíferos bentônicos da plataforma externa da Bacia de Santos. As amostras utilizadas nesse estudo são provenientes do Projeto Santos - Caracterização Ambiental da Bacia de Santos, coordenado pela PETROBRAS/CENPES, coletadas em 8 estações amostrais na batimetria de 150 m. Essas foram fixadas e coradas com Rosa de Bengala (2 g/L). Em laboratório, o volume úmido foi padronizado em 20 mL, as amostras foram lavadas em peneiras com malha de 63 µm e flotadas com tricloroetileno PA. O material sobrenadante foi triado integralmente (20 mL). O resíduo foi particionado, obtendo-se frações de 5 mL. Foram selecionados todos os exemplares aglutinantes robustos para identificação e contagem. Duas das três réplicas de cada ponto amostral foram selecionadas para quebra e inspeção do interior da carapaça de foraminíferos robustos. Foi obtido o percentual de foraminíferos vivos para cada espécie, que foi utilizado para estimar a quantidade de foraminíferos vivos na outra réplica que não foi quebrada, através de uma regra de três. Das 20.457 carapaças, 5.075 foram quebradas. 322 foraminíferos robustos foram considerados vivos, 1,6% do total de carapaças. Em relação a outros grupos de foraminíferos, que somaram 6.874 indivíduos vivos, a densidade de robustos vivos corresponde a 4,5% do total. Ao norte da BS, foraminíferos robustos chegam a representar 18% da densidade de vivos. Com os dados de densidade de foraminíferos vivos, foi realizada uma análise de escalonamento multidimensional não-métrico (nMDS), que formou quatro agrupamentos; dois ao norte da BS, um transicional e um ao sul. A análise de correspondência canônica (CCA) mostrou que a densidade dos foraminíferos robustos está relacionada com fatores abióticos, como declividade, distância da costa, feopigmentos, tamanho e seletividade dos grãos do sedimento. Foram formados três agrupamentos nessa análise: norte, sul e transicional. O teste de correlação entre as alíquotas de 5 mL e 10 mL mostrou que a abundância determinada nas sub-amostras se correlacionou positivamente com a amostra integral. Caso a metodologia de quebra das carapaças não fosse realizada, a densidade das espécies de foraminíferos robustos poderia ter sido subestimada, ou superestimada. Entende-se que, quando se trata de composição taxonômica e densidade da comunidade bentônica, deve-se considerar as espécies de foraminíferos robustos vivos para obter um entendimento adequado das assembleias de foraminíferos bentônicos Abstract : The Rose Bengal is a dye widely used to identify living foraminifera, however, in some robust agglutinating foraminifera it is not possible to observe the staining of the protoplasm through the test. The percentage of living individuals registered for each species of robust agglutinating foraminifera was quantified in order to verify the contribution of these individuals in the density of the external platform of the Santos Basin. The samples used in this study were provided from the Santos Project - Environmental Characterization of the Santos Basin, coordinated by PETROBRAS/CENPES, collected at 8 sampling stations in the 150 m bathymetry. These were fixed and colored with Rose Bengal (2 g/L). In the laboratory, the wet volume was standardized at 20 mL, the samples were washed in sieves with mesh of 63 µm and flotated with trichloroethylene PA. The overnatant material was fully analyzed (20 mL). The residue was splitted in four sub-samples, obtaining fractions of 5 mL. All robust agglutinating specimens were selected for identification and counting. Two replicas were broken and inspected inside the shell to quantify living or dead individuals. The percentage of live foraminifera of each species were used to extrapolate the amount of living foraminifera in the other replicae that was not broken. Of the 20.457 shells, 5.075 had their shell broken. Of that sample 322 robust foraminifera were considered alive, 1.6% of the whole subsample. Considering other groups of foraminifera, which totaled 6.874 living individuals, the density of living robusts corresponds to 4.5% of the total algo. At north, live robust foraminifera represent 18% of the density. With the live foraminifera density data, a non-metric multidimensional scaling analysis (nMDS) was performed, which formed four clusters; two at north of the Basin, one transitional and one south. Canonical correspondence analysis (CCA) showed that robust foraminifera are related to abiotic factors, such as slope, distance from the coast, pheopigments, size and selectivity of sediment grains. Three clusters were formed in this analysis: north, south and transitional. The correlation test between the 5 mL and 10 mL aliquots showed that the abundance determined in the sub-samples was positively correlated with the whole sample. If the tests break methodology was not performed, the density of robust foraminifera species could have been underestimated, or overestimated. It is understood that, when it comes to taxonomic composition and benthic community density, we should consider the species of living robust foraminifera to obtain an adequate understanding of benthic foraminifera assemblies
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