Índios do corso na fronteira oriental do estado do Maranhão : prática indígena e categorização colonial (1685 a 1750)
Resumo
Resumo: Entre os séculos XVII e XVIII, expressões como índios do corso ou gentio do corso eram usadas para se referir a distintos povos indígenas acusados de atacar os colonizadores na fronteira oriental do Estado do Maranhão. O objetivo desta tese é discutir quem eram esses grupos e, juntamente a isso, compreender como se deu e o que significou sua caracterização, enquanto populações que habitavam os sertões e em geral consideradas tapuias, a partir da noção de "corso" que originalmente remete a uma prática marítima e a grupos humanos não-indígenas. Tendo em vista o processo de desclassificação da humanidade americana, principalmente aquela considerada hostil à colonização, e a tradução do conceito de corso para o âmbito das relações entre os colonos e as populações locais, defende-se que aquelas categorias constituíram uma imagem náutica estrategicamente forjada para dar conta da inimizade indígena Abstract: Between the 17th and 18th centuries, expressions such as índios do corso or gentio do corso were used to refer to distinct indigenous peoples accused of attacking colonizers on the eastern border of the State of Maranhão. The aim of this thesis is to discuss these groups and, at the same time, to understand how they were characterized and what that characterization meant, as populations inhabiting the backlands and in general considered tapuias, based on the notion of corso (privateering) which originally referred to a maritime practice and non-indigenous human groups. Considering the process of dehumanization of American peoples, especially those considered hostile to colonization, and the translation of the concept of privateering into the realm of relations between colonists and local populations, it is argued that these categories constituted a strategically forged nautical image to explain indigenous enmity
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