Estudo sobre a alfabetização no Brasil : concepções e comparativos
Resumo
Resumo: Este trabalho investiga como a alfabetização tem sido realizada no Brasil, quais concepções regem as políticas públicas educacionais já implementadas e vigentes e em que medida tais concepções se aproximam ou se afastam da proposta defendida pela Pedagogia Histórico- Crítica. A escolha pelo tema parte da inquietação sobre o rumo que a educação pública tem tomado, sobretudo diante da crescente valorização de resultados em avaliações padronizadas, da adoção de plataformas digitais e da utilização de índices com bases internacionais para determinar o futuro da educação brasileira. A pesquisa, de natureza qualitativa e com base em levantamento bibliográfico, analisa documentos oficiais, artigos científicos, dissertações, teses e resumo expandido, produzidos nos últimos cinco anos. O estudo parte do entendimento de que, mais do que ensinar a ler e escrever, alfabetizar é um ato emancipatório, que deve possibilitar a apropriação do conhecimento historicamente acumulado pela humanidade e favorecer o desenvolvimento crítico dos sujeitos. (Saviani, Marsiglia, Ferreira e Guerra). Os dados analisados revelam que a concepção atualmente dominante sobre alfabetização prioriza o desempenho em provas, o cumprimento de metas e o domínio de habilidades técnicas. Em contraste, a Pedagogia Histórico-Crítica propõe um trabalho pedagógico intencional, sistemático e voltado para a formação integral dos estudantes, tendo o professor como figura central na mediação entre o saber e o educando. (Marsiglia e Saviani, 2017). Enquanto o modelo vigente reforça uma lógica tecnicista e mercadológica, a proposta histórico-crítica aponta para a educação como prática transformadora. A partir dessa análise, conclui-se que a concepção de alfabetização utilizada atualmente é a de cunho neoliberal, sendo necessária a avaliação da sua eficácia e dos recursos materiais, formativos e tecnológicos que estão sendo utilizados para a realizar a alfabetização brasileira, de forma qualitativa, para melhor aprofundamento quanto ao desenvolvimento dos sujeitos a partir deste modelo Abstract: This work investigates how literacy has been carried out in Brazil, what conceptions govern the public educational policies that have already been implemented and are in force, and to what extent these conceptions are closer to or different from the proposal defended by Historical- Critical Pedagogy. The topic was chosen because of concerns about the direction public education has taken, especially in the face of the growing appreciation of results in standardized assessments, the adoption of digital platforms and the use of internationally based indices to determine the future of Brazilian education. The research, which is qualitative in nature and based on a bibliographic survey, analyzes official documents, scientific articles, dissertations, theses and expanded summary, produced in the last five years. The study is based on the understanding that, more than just teaching how to read and write, literacy is an emancipatory act, which should enable the appropriation of knowledge historically accumulated by humanity and foster the critical development of subjects (Saviani, Marsiglia, Ferreira and Guerra). The data analyzed reveals that the currently dominant conception of literacy prioritizes performance in tests, meeting targets and mastering technical skills. In contrast, Historical-Critical Pedagogy proposes intentional, systematic pedagogical work aimed at the integral formation of students, with the teacher as the central figure in mediating between knowledge and the student (Marsiglia and Saviani, 2017). While the current model reinforces a technicist and market logic, the historical-critical proposal points to education as a transformative practice. Based on this analysis, it is concluded that the concept of literacy currently used is neoliberal, and it is necessary to evaluate its effectiveness and the material, training and technological resources that are being used to carry out Brazilian literacy, in a qualitative way, in order to better understand the development of subjects based on this model