Avaliação do efeito antineoplásico de polissacarídeos do pimentão verde emmodelodemelanoma
Resumo
Resumo : O melanoma representa 1,7% de todos os diagnósticos de câncer ao redor do mundo e atinge majoritariamente a população idosa, embora seja o terceiro tipo de câncer mais comum em adolescentes. É o mais agressivo e mortal dos cânceres de pele por ter um alto poder metastático, que se dá por alterações no microambiente tumoral causadas por mutações genéticas geradas pela doença, que também favorecem o desenvolvimento do tumor. Para tumores metastáticos, o quimioterápico de escolha é a dacarbazina, que oferece uma resposta terapêutica parcial. Com o objetivo de se obter uma melhor resposta, outras terapias vêm sendo investigadas para o combate do melanoma metastático. No presente estudo, os polissacarídeos do pimentão verde Capsicum annuum [PP] foram investigados como uma possível nova opção de tratamento para a doença, devido à atividade antitumoral que demonstraram previamente em um estudo com modelo de tumor mamário. Para investigar seus efeitos, foram utilizados 21 camundongos C57BL/46 fêmeas divididos em 3 grupos (n=7): veículo, controle positivo (dacarbazina) e PP. Todos os animais foram inoculados com 5x105 células B16F10 de melanoma murino por via subcutânea (s.c.) no membro pélvico direito. A partir do dia 5, foram administradas doses pré-determinadas do tratamento correspondente ao grupo ou solução salina (veículos). Ao longo dos 10 dias de tratamento, os animais foram constantemente pesados e o tumor foi mensurado. No dia 15 do experimento, os animais foram anestesiados para a coleta de sangue, e em seguida eutanasiados para a remoção, medida e pesagem do tumor. O polissacarídeo foi capaz de reduzir significativamente o crescimento tumoral nos animais, chegando a 63% de redução ao final do experimento. O estresse oxidativo e a inflamação não parecem ser mecanismos utilizados para sua atividade tumoral, uma vez que os parâmetros avaliados não obtiveram diferenças importantes. No entanto, altas concentrações do PP diminuíram a viabilidade das células B16F10 in vitro, o que indica que o tratamento pode induzir a morte celular direta. Novos estudos são necessários para alcançar a compreensão do efeito do polissacarídeo no melanoma e confirmar sua ação antineoplásica, inclusive sobre o tipo de morte celular induzida
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