dc.description.abstract | Resumo : Ingredientes cosméticos podem atingir recursos hídricos dependendo da forma de uso de certos tipos de produtos cosméticos (e.g., protetores solares, desodorantes, xampus e repelentes de insetos) ou por meio de tratamentos de esgoto ineficientes. Contudo, dados recentes acerca da toxicidade aquática de ingredientes cosméticos, em geral, são escassos ainda. O trabalho teve como objetivo analisar os possíveis efeitos de toxicidade aquática e biodegradação de uma substância recentemente desenvolvida com propriedade repelente contra insetos, utilizando Novas Abordagens Metodológicas (NAMs). A toxicidade aquática foi analisada por meio de ensaios in vitro com linhagem celular de truta arco-íris (OECD TG 249) e microalgas clorófitas Desmodesmus subspicatus (OECD TG 201). Em ambos os ensaios, 6 concentrações diferentes do repelente foram testadas (31,25; 62,5; 125; 250; 500; 1000 mg/L) e valores de viabilidade celular e inibição de crescimento utilizados para cálculo de concentração efetiva média (EC50). Ademais, as plataformas VEGA, QSAR Toolbox e Toxtree forneceram predições acerca da classificação de perigo tóxico, bioacumulação, biodegradabilidade e toxicidade aguda para peixes e algas. Na avaliação com a microalga clorófita Desmodesmus subspicatus, após 72 horas de exposição, o valor de EC50 calculado a partir da taxa inibição de crescimento foi de 45,56 mg/L. No ensaio de citotoxicidade com células RTgill-W1, os valores de EC50 para os três marcadores com a substância repelente foram acima de 100 mg/L. Vermelho Neutro (integridade da membrana lisossomal): > 1000 mg/L; CFDA-AM (integridade da membrana celular): 884,6 mg/L; alamarBlue™ (atividade metabólica): 472,5 mg/L. Em contrapartida, os modelos in silico mostraram que o repelente não tem potencial bioacumulativo, possui alta biodegradabilidade e toxicidade moderada para peixes e algas. O valor mais restritivo do ensaio com algas indica maior sensibilidade das microalgas à exposição ao repelente quando comparado a peixes. São necessários mais estudos para investigação quanto à toxicidade aguda para peixes da nova substância repelente, devido a diferença de resultados dos ensaios de linhagens celulares e modelos in silico. Este estudo concentra-se na avaliação de apenas dois níveis tróficos (algas e peixes) do ambiente aquático, destacando a necessidade de pesquisas adicionais sobre os impactos nos microcrustáceos. Torna se evidente a importância de conduzir avaliações de perigo que representem uma variedade de níveis tróficos e ecossistemas, a fim de obter uma avaliação mais abrangente e precisa da segurança ambiental de novas substâncias | pt_BR |