dc.description.abstract | Resumo : A Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) caracteriza-se pela elevação e sustentação dos níveis de glicemia (maior ou igual a 126 mg/dL, em jejum), resultante da baixa produção ou resistência ao hormônio insulina. Estima-se que 60% dos casos ainda não foram detectados, e que aproximadamente 75% dos indivíduos com o quadro possuem histórico familiar. A herdabilidade estimada da DM2 é de 47%. O Brasil é o sexto país com o maior número de diabéticos. A doença é, ainda, a sétima causa de morte no país, resultado de complicações como a doença vascular, que representa metade das mortes relacionadas a DM2. Há, ainda, complicações que impactam a vida do paciente, como a perda da sensibilidade nas extremidades, nefropatia e complicações oculares, como glaucoma, catarata e retinopatia diabética. Em especial, nota-se uma maior incidência da doença em populações de ascendência africana. No Paraná, enquanto a taxa geral de prevalência é de 19,7%, na população negra ultrapassa os 30%. Sendo uma doença multifatorial, é importante encará-la através de seus aspectos nutricionais, de acesso à saúde e genéticos, no qual se focou o presente trabalho.Nas duas comunidades estudadas (Restinga e Feixo), cerca de 20% dos participantes relataram possuir DM2, e 3% dos que não relataram diabetes tiveram taxa de glicemia acima do valor de corte em exames realizados no último trimestre de 2021. Os objetivos do estudo foram delinear estratégias para investigar se a alta incidência de DM2 nas comunidades quilombolas do Feixo e da Restinga pode estar ligada a fatores genéticos; organizar os dados dos participantes da pesquisa em heredogramas, que possam fornecer direcionamento para uma futura análise genômica desses indivíduos; elencar polimorfismos associados a Diabetes tipo 2 de maior interesse na população negra; e realizar as análises de equilíbrio de Hardy-Weinberg e de desequilíbrio de ligação nesses SNPs. Para a identificação dos SNPs foram utilizados dados de microarranjo genômico Infinium ® CoreExome-24 v1.1 BeadChip (® illumina) previamente realizado em uma amostra da população brasileira. A partir de um artigo de meta-análise, elencou-se 1673 SNPs ( single nucleotide polymorphisms ), dos quais 196 foram genotipados no microarranjo. Analisou-se, então as frequências alélicas encontradas entre negros, brancos, indígenas e amarelos e entre as regiões norte, nordete, sul, sudeste e centro-oeste utilizando o software Plink. Foram identificados 67 SNPs associados à DM2 e cujas frequências são significativamente mais altas em negros do que em brancos. Dados de 96 indivíduos residentes ou familiares de residentes da comunidade da Restinga resultaram em 18 heredogramas e de 244 da Restinga, em outros 44 arquivos. Na população preta/parda identificou-se 5 SNPs que não estavam em equilíbrio de HW, enquanto na população preta, todos se encontravam em equilíbrio. Já a análise de desequilíbrio de ligação permitiu identificar 3 pares de SNPs em DL nas populações preta e do sul, e 20 nas populações preta/parda e do sul | pt_BR |