Contribuição ao estudo das galhas de Ocotea puberula (Rich.) Nees (Lauraceae) : propriedades antioxidantes e biológicas do alcalóide S-(+)-dicentrina

Abstract

Resumo: A espécie Ocotea puberula (Rich.) Nees, pertencente à família Lauraceae, é rica em metabólitos secundários dentre eles, os alcaloides. Os alcaloides possuem um amplo espectro de ações famacológicas reconhecidos tais como, antiinflamatória, analgésica, ansiolítica e antimalárica. Estudos já relataram atividade citotóxica, larvicida e efeito antinociceptivo do alcaloide dicentrina. Sendo assim este trabalho teve como objetivo investigar o potencial antioxidante e biológico da dicentrina isolada das galhas de Ocotea puberula. Para avaliar o potencial antioxidante foram utilizadas as técnicas da formação do complexo fosfomolibdênio e a redução do DPPH*. Ao avaliar o potencial antioxidante foi verificado pelo método do fosfomolibdênio que a dicentrina teve um potencial antioxidante de 90,68% em comparação a rutina, 30,88% em comparação ao BHT e 16,62% em relação ao ácido ascórbico. Pelo método DPPH* apresentou CI50 = 943,11 gg/mL, indicativo de baixo potencial antioxidante. A atividade biológica foi avaliada utilizando Artemia salina, eritrócitos de carneiro, larvas de Aedes aegypti e duas espécies alvo. Ao avaliar a dicentrina em Artemia salina foi verificado um baixo potencial tóxico e sobre eritrócitos de carneiro a dicentrina não causou hemólise nas concentrações testadas. Na avaliação da atividade larvicida em Aedes aegypti a dicentrina apresentou CL50 = 23,62 gg/mL, ou seja, potencial larvicida. Sobre Lactuca sativa a dicentrina não influenciou a germinação, o IVG e crescimento do hipocótilo, porém o crescimento da radícula foi estimulado com 250 gg/mL e inibido com 500 gg/mL. Sobre Allium cepa a dicentrina com 25 e 100gg/mL estimulou a porcentagem de germinação e o IVG. O crescimento da radícula de Allium cepa não foi influenciado pelas amostras testadas, porém, o coleóptilo foi estimulado com 25 gg/mL e inibido com 50 gg/mL. Após avaliação dos resultados apresentados nos testes escolhidos foi observado que a dicentrina possui um potencial larvicida e alelopático.

Abstract: The species Ocotea puberula (Rich.) Nees, belongs to the Lauraceae family and is rich in secondary metabolites, among them, the alkaloids. Alkaloids have a wide range of recognized pharmacological actions, such as anti-inflammatory, analgesic, anxiolytic and antimalarial. Studies have already reported cytotoxic activity, larvicide and antinociceptive effects of the dicentrine alkaloid. Therefore, this study aimed to investigate the antioxidant and biological potential of isolated dicentrine from galls of Ocotea puberula. To evaluate the antioxidant potential, the techniques used to form the phosphomolybdenum complex and the reduction of DPPH* were used. When assessing the antioxidant potential, it was verified by the phosphomolybdenum method that the dicentrine has had an antioxidant potential of 90.68% compared to rutin, 30.88% compared to BHT and 16.62% compared to ascorbic acid. By the DPPH* method it was presented IC50 = 943.11 gg/mL, indicative of low antioxidant potential. Biological activity was assessed using Artemia salina, sheep erythrocytes, Aedes aegypti larvae and two target species. When evaluating dicentrine in Artemia salina, a low toxic potential was found and on sheep's erythrocytes, dicentrine did not cause hemolysis in the tested concentrations. In the assessment of larvicidal activity in Aedes aegypti, dicentrine showed LC50 = 23.62 gg/mL, which is, larvicidal potential. On Lactuca sativa, dicentrine did not influence germination, IVG and hypocotyl growth, but root growth was stimulated with 250 gg/mL and inhibited with 500 gg/mL. In addition, Allium cepa dicentrine with 25 and 100 gg/mL stimulated the germination percentage and the IVG. The growth of the Allium cepa root was not influenced by the tested samples, however, the coleoptile was stimulated with 25 gg/mL and inhibited with 50 gg/mL. After evaluating the reresults presented in the chosen tests, it was observed that dicentrine has a larvicidal and allelopathic potential.