A fauna edáfica como ferramenta para a quantificação e valorização de serviços ecossistêmicos em sistemas agrícolas regenerativos
Resumo
Resumo: A crescente demanda por sistemas agrícolas sustentáveis, perante aos desafios impostos pelas mudanças climáticas e à degradação dos solos, propõe a agricultura regenerativa como um modelo esperançoso para conciliar produção alimentar e conservação ambiental. Este trabalho tem como objetivo investigar o papel da fauna edáfica como instrumento para quantificar e valorizar os serviços ecossistêmicos proporcionados por sistemas agrícolas regenerativos, ressaltando seu papel na promoção da biodiversidade do solo, na mitigação de mudanças climáticas e na redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Práticas regenerativas, como rotação de culturas, cobertura vegetal permanente, plantio direto, sistemas integrados e manejo orgânico, estimulam a biodiversidade do solo, melhorando processos como ciclagem de nutrientes, sequestro de carbono e controle de pragas. Conjuntamente, discute-se como mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), aliados a créditos de carbono e créditos de biodiversidade, conseguem incentivar economicamente produtores rurais a adotarem práticas agrícolas sustentáveis, integrando soluções baseadas na natureza (SBN) à gestão agropecuária. Através de revisão bibliográfica sistemática, afirma que a fauna edáfica age como um "termômetro" da saúde do solo, caracterizando diretamente a aplicabilidade de manejos regenerativos, esses organismos auxiliam a estruturação do solo, aumentam a infiltração hídrica e potencializam o estoque de carbono, colaborando para a resiliência climática. Além disso, créditos de carbono provenientes da agricultura regenerativa, por exemplo, possibilitam que produtores monetizem o carbono sequestrado em seus solos, enquanto créditos de biodiversidade reconhecem a manutenção de habitats críticos e promoção da biodiversidade. Entretanto, persistem desafios técnicos e regulatórios, como a padronização de métricas para mensuração da biodiversidade edáfica e a demanda de políticas públicas que integrem PSA a mercados ambientais desenvolvidos. Conclui-se que a união entre monitoramento da fauna edáfica, práticas regenerativas e instrumentos econômicos baseados em serviços ecossistêmicos oferece um caminho viável para a sustentabilidade agrícola, essa abordagem fortalece a segurança alimentar e a adaptação climática, alinhando se aos objetivos globais de neutralidade de carbono e conservação da biodiversidade. Abstract: The increasing demand for sustainable agricultural systems, in face of challenges posed by climate change and soil degradation, proposes regenerative agriculture as a promising model to reconcile food production and environmental conservation. This study aims to investigate the role of soil fauna as a tool to quantify and value the ecosystem services provided by regenerative agricultural systems, highlighting its role in promoting soil biodiversity, mitigating climate change, and reducing Greenhouse Gas (GHG) emissions. Regenerative practices, such as crop rotation, permanent vegetation cover, direct seeding, integrated systems, and organic management, stimulate soil biodiversity, improving processes such as nutrient cycling, carbon sequestration, and pest control. Concurrently, it discusses how Payment for Ecosystem Services (PES) mechanisms, allied with carbon credits and biodiversity credits, can economically incentivize rural producers to adopt sustainable agricultural practices, integrating nature-based solutions (NbS) into agricultural management. Through a systematic literature review, is affirmed that soil fauna acts as a "thermometer" of soil health, directly characterizing the applicability of regenerative management. These organisms help to structure the soil, increase water infiltration, and enhance carbon storage, contributing to climate resilience. In addition, carbon credits from regenerative agriculture, for example, allow producers to monetize the carbon sequestered in their soils, while biodiversity credits recognize the maintenance of critical habitats and the promotion of biodiversity. However, technical and regulatory challenges persist, such as the standardization of metrics for measuring soil biodiversity and the demand for public policies that integrate PES into developed environmental markets. It is concluded that the union between soil fauna monitoring, regenerative practices, and economic instruments based on ecosystem services offers a viable path towards agricultural sustainability. This approach strengthens food security and climate adaptation, aligning with global objectives of carbon neutrality and biodiversity conservation.