Questionando a medicalização e (re) pensando esteriótipos : um olhar para além dos rótulos na educação inclusiva

Abstract

Resumo : O presente trabalho propõe uma (des)construção coletiva e pessoal, além de uma análise sobre os rótulos e obstáculos que marcam a educação inclusiva. Bem como uma reflexão acerca da influência da medicalização da vida dentro e fora da escola. Tal proposta é elaborada partir do compartilhamento de histórias baseado na metodologia e escritos de bell hooks, tornando-se um convite a desmistificação dos padrões de escrita acadêmica engessada e regrada. Através de um resgate histórico da Educação Especial e dos desafios que persistem nesta trajetória, analisa as transformações na educação nas últimas décadas do século XX, com foco na inclusão de pessoas com deficiência e neurodivergências. A partir disso, este trabalho questiona quem define uma perspectiva de normalidade na escola e como tentar transformar os discursos teóricos em práticas verdadeiramente efetivas, a fim de promover uma cultura escolar realmente inclusiva, que valorize e celebre as diferenças. Aborda, também, os desafios da transição para a inclusão na educação brasileira, criticando a influência da medicalização e o uso de eufemismos nas nomenclaturas. Tecendo discussões e questionamentos sobre as lógicas medicalizantes e como a reprodução de estereótipos pode ser uma consequência intrínseca dessa prática. Aponta a necessidade de repensar a linguagem e os estereótipos, enfatizando que leis sobre inclusão exigem mudanças culturais para garantir a igualdade e a diversidade. Propõe uma abordagem educacional baseada na dignidade e na igualdade para superar os obstáculos atitudinais e construir uma sociedade mais justa e inclusiva. O texto é concluído com um convite aos leitores para refletirem sobre seu papel na transformação, reconhecendo que a mudança começa pelo indivíduo

Abstract : This monograph aims for a collective and personal (de)construction, as well as a reflection of the labels and obstacles that exist in inclusive education. Additionally, it will be posed reflection on the influence of the medicalization of life inside and outside school. The monograph is elaborated from the sharing of stories based on the methodology and writings of bell hooks, becoming an invitation to demystify the standards of plastered and regulated academic writing. From a historical review of the Special Education and of the challenges that persist in this trajectory, it analyses the transformations in education in the last decades of the 20th century, focusing on the inclusion of people with disabilities and neurodivergent people. Based on this, it questions who defines a perspective of normality in the school, and how it is possible to try to transform the theoretical discourses in practices truly effective, to promote a scholar culture really inclusive, which grants and celebrates the differences. Moreover, it approaches the challenges in the transition to the inclusion in the Brazilian education, criticizing the influence of medicalization and the use of euphemisms in the nomenclature. Inviting to discussions and questions about medicalizing logics and how the reproduction of stereotypes can be an intrinsic consequence of this practice. It points the necessity of rethink the language and the stereotypes, emphasizing that laws about inclusion demand cultural changes to guarantee equality and diversity. It proposes an educational approach based on dignity and equality to overcome the attitudinal obstacles and to build a more fair and inclusive society. The text is concluded with an invitation to the readers to reflect on their role in transformation, recognizing that the change starts with the individual