Cargas de trabalho dos enfermeiros da pediatria de um hospital universitário na pandemia da Covid-19

Abstract

Resumo: Introdução: A pandemia de covid-19 impôs significativas transformações no ambiente de trabalho dos enfermeiros que atuam em cenários de internação pediátrica em hospitais universitários. A problemática central apresenta a seguinte questão norteadora: Quais as cargas de trabalho dos enfermeiros que atuam em cenários de internação pediátrica de um hospital universitário e sua provável relação com o período de pandemia da covid-19? A mesma foi desenvolvida na Linha de Pesquisa de Políticas e Práticas de Saúde, Educação e Enfermagem, em programa acadêmico. Objetivos: Caracterizar o perfil social, demográfico e condições de saúde-doença dos enfermeiros que atuam em cenários pediátricos de um hospital universitário federal; Identificar as cargas de trabalho dos enfermeiros atuantes na pediatria de um hospital universitário federal; Conhecer a percepção dos enfermeiros atuantes na pediatria quanto às cargas de trabalho na rotina hospitalar durante a pandemia da covid-19. Método: Trata-se de um estudo seccional de abordagem QUANTI + qualitativa. Foi utilizado um formulário online para a coleta de dados, contendo quatro blocos de questões, predominantemente fechadas, contendo dados: sociais e demográficos; de formação acadêmica e atuação profissional; das questões de saúde; e, das cargas de trabalho nas atividades realizadas pelos enfermeiros durante a pandemia. Neste formulário constam três instrumentos de coleta de dados, a saber: estruturado; não estruturado; e, a Escala de Cargas de Trabalho nas Atividades de Enfermagem (ECTAE). Os dados quantitativos foram exportados para uma planilha Microsoft Excel 2019 para análise estatística descritiva e posteriormente, a aplicação de testes estatísticos com apoio do software SPSS versão 29. Enquanto a análise qualitativa, baseada em Bardin, foi apoiada pelo software WebQDA. Resultados: Os dados foram coletados entre fevereiro e abril de 2023, participaram 16 enfermeiros com idade média de 39 anos, predominantemente mulheres (14; 87,5%), e brancos (14; 87,5%). Os resultados quantitativos mostraram que as questões que obtiveram maior frequência e intensidade foram "Realizar o preparo e administração de medicamentos, como antibióticos, quimioterápicos, gases anestésicos e antivirais" associada a cargas de trabalho química; e "Realizar assistência a pacientes acometidos por microrganismos e pacientes em precaução de contato, aerossóis e gotículas" relacionada a cargas de trabalho biológica. Foram os seguintes valores médios para cada carga de trabalho: biológica - 3,454; química - 3,407; psíquica - 2,681; fisiológica - 2,000; física - 1,782; e mecânica - 0,605. Na análise qualitativa, identificaram-se três categoriais: Impactos na Organização e Condições de Trabalho; Emoções e Sentimentos; e, Saúde e Bem-estar. As palavras mais frequentes foram: trabalho; covid(19); e pacientes. Limitações e recomendações: A natureza transversal da pesquisa devido impor restrições à compreensão de mudanças ao longo do tempo e; a representatividade da amostra, não numerosa e composta por enfermeiros de um único hospital. Recomenda-se a expansão e aprimoramento de pesquisas futuras aplicando-se estudos longitudinais, avaliações mais aprofundadas da saúde mental e física dos enfermeiros, bem como uma representação mais diversificada dos cenários hospitalares. Conclusão: Esta pesquisa proporcionou uma visão abrangente dos impactos da pandemia na enfermagem pediátrica, destacando desafios e pontos fortes. A complexidade dessas experiências reforça a importância de considerar não apenas os aspectos tangíveis, mas também as dimensões emocionais e psicológicas ao serem planejadas as intervenções e as políticas de saúde.

Abstract: Introduction: The COVID-19 pandemic has imposed significant transformations on the work environment of nurses working in pediatric inpatient settings in university hospitals. The central problem presents the following guiding question: What are the workloads of nurses working in pediatric inpatient settings at a university hospital and their probable relationship with the covid-19 pandemic period? It was developed in the Health, Education and Nursing Policies and Practices Research Line, in an academic program. Objectives: To characterize the social and demographic profile and health-disease conditions of nurses working in pediatric settings at a federal university hospital; To identify the workloads of nurses working in pediatrics at a federal university hospital; To know the perception of nurses working in pediatrics regarding workloads in the hospital routine during the covid-19 pandemic. Method: This is a cross-sectional study with a QUANTI + qualitative approach. An online form was used for data collection, containing four blocks of questions, predominantly closed, containing data: social and demographic; academic training and professional performance; health issues; and workloads in the activities carried out by nurses during the pandemic. This form contains three data collection instruments: structured; unstructured; and the Nursing Workload Scale (ECTAE). The quantitative data was exported to a Microsoft Excel 2019 spreadsheet for descriptive statistical analysis, followed by the application of statistical tests using SPSS version 29 software. While the qualitative analysis, based on Bardin, was supported by the WebQDA software. Results: The data was collected between February and April 2023, 16 nurses participated with an average age of 39, predominantly women (14; 87.5%), and white (14; 87.5%). The quantitative results showed that the questions with the highest frequency and intensity were "Preparing and administering medicines, such as antibiotics, chemotherapy, anesthetic gases and antivirals" associated with chemical workloads; and "Caring for patients affected by microorganisms and patients in contact precautions, aerosols and droplets" related to biological workloads. The mean values for each workload were as follows: biological - 3.454; chemical - 3.407; psychological - 2.681; physiological - 2.000; physical - 1.782; and mechanical - 0.605. In the qualitative analysis, three categories were identified: Impacts on Organization and Working Conditions; Emotions and Feelings; and Health and Well-being. The most frequent words were: work; covid(19); and patients. Limitations and recommendations: The cross-sectional nature of the research due to impose restrictions on understanding changes over time and; the representativeness of the sample, which was not large and was made up of nurses from a single hospital. It is recommended that future research be expanded and improved by applying longitudinal studies, more in-depth assessments of nurses' mental and physical health, as well as a more diverse representation of hospital settings. Conclusion: This research has provided a comprehensive view of the impacts of the pandemic on pediatric nursing, highlighting challenges and strengths. The complexity of these experiences reinforces the importance of considering not only the tangible aspects, but also the emotional and psychological dimensions when planning interventions and health policies.

Resumen: Introducción: La pandemia de COVID-19 ha impuesto transformaciones significativas en el entorno laboral de las enfermeras que trabajan en el ámbito de la hospitalización pediátrica en hospitales universitarios. El problema central presenta la siguiente pregunta orientadora: ¿Cuáles son las cargas de trabajo de las enfermeras que trabajan en internación pediátrica en un hospital universitario y su probable relación con el período de pandemia de covid-19? Fue desarrollada en la Línea de Investigación en Políticas y Prácticas de Salud, Educación y Enfermería, en un programa académico. Objetivos: Caracterizar el perfil socio-demográfico y las condiciones de salud-enfermedad de las enfermeras que actúan en el área pediátrica de un hospital universitario federal; Identificar las cargas de trabajo de las enfermeras que actúan en el área pediátrica de un hospital universitario federal; Conocer la percepción de las enfermeras que actúan en el área pediátrica sobre las cargas de trabajo en la rutina hospitalaria durante la pandemia de COVID-19. Método: Se trata de un estudio transversal con abordaje QUANTI + cualitativo. Para la colecta de datos fue utilizado un formulario online, conteniendo cuatro bloques de preguntas, predominantemente cerradas, conteniendo datos: socio-demográficos; formación académica y práctica profesional; cuestiones de salud; y cargas de trabajo en las actividades realizadas por las enfermeras durante la pandemia. Este formulario contiene tres instrumentos de recogida de datos: estructurado; no estructurado; y la Escala de Carga de Trabajo de Enfermería (ECTAE). Los datos cuantitativos se exportaron a una hoja de cálculo de Microsoft Excel 2019 para su análisis estadístico descriptivo y posterior aplicación de pruebas estadísticas con el apoyo del software SPSS versión 29. Mientras que el análisis cualitativo, basado en Bardin, se apoyó en el software WebQDA. Resultados: Los datos fueron recolectados entre febrero y abril de 2023, participaron 16 enfermeras con una edad promedio de 39 años, predominantemente mujeres (14; 87,5%), y de raza blanca (14; 87,5%). Los resultados cuantitativos mostraron que las preguntas con mayor frecuencia e intensidad fueron "Preparar y administrar medicamentos, como antibióticos, quimioterapia, gases anestésicos y antivirales", asociada a las cargas de trabajo químicas; y "Cuidar a pacientes afectados por microorganismos y pacientes en precauciones de contacto, aerosoles y gotitas", relacionada con las cargas de trabajo biológicas. Los valores medios para cada carga de trabajo fueron los siguientes: biológica - 3,454; química - 3,407; psicológica - 2,681; fisiológica - 2,000; física - 1,782; y mecánica - 0,605. En el análisis cualitativo, se identificaron tres categorías: Impactos sobre la organización y las condiciones de trabajo; Emociones y sentimientos; y Salud y bienestar. Las palabras más frecuentes fueron: trabajo; covid(19); y pacientes. Limitaciones y recomendaciones: El carácter transversal de la investigación debido a que impone restricciones a la hora de comprender los cambios a lo largo del tiempo y; la representatividad de la muestra, que no era amplia y estaba compuesta por enfermeras de un único hospital. Se recomienda ampliar y mejorar las investigaciones futuras aplicando estudios longitudinales, evaluaciones más exhaustivas de la salud mental y física de las enfermeras, así como una representación más diversa de los entornos hospitalarios. Conclusión: Esta investigación ha proporcionado una visión global de las repercusiones de la pandemia en la enfermería pediátrica, destacando los retos y los puntos fuertes. La complejidad de estas experiencias refuerza la importancia de tener en cuenta no sólo los aspectos tangibles, sino también las dimensiones emocionales y psicológicas a la hora de planificar intervenciones y políticas sanitarias.