Indicadores do processo de cuidado de enfermagem para pessoas idosas com dor crônica institucionalizadas
Resumo
Resumo : Teve-se objetivo de elaborar indicadores do processo de cuidado de enfermagem para as pessoas idosas com dor crônica institucionalizadas alicerçado na teoria das transições, com apresentação dos condicionantes, padrões de resposta, diagnósticos e intervenções terapêuticas de enfermagem. Trata-se de pesquisa do tipo estudo de caso, com abordagem da Teoria das Transições (MELEIS, 2010) como referencial teórico para apresentar os inibidores, condicionantes, diagnósticos e intervenções terapêuticas de enfermagem envolvidos no cuidado de enfermagem a pessoa idosa com dor crônica institucionalizada. Participaram do estudo 23 pessoas idosas residentes em Instituição de Longa Permanência (ILPI) de Curitiba/PR. A coleta de dados foi realizada entre julho a dezembro de 2023, com entrevistas gravadas buscando-se as características sociodemográficas (idade, sexo, raça/cor, estado conjugal, escolaridade, ocupação e renda, número de filhos e netos, condição física, presença de deficiências, tempo de institucionalização) e clínicas (avaliação da dor, presença de comorbidades, uso de medicamentos contínuos, índice de massa corporal, mini exame do estado mental - MEEM, índice de vulnerabilidade clínico-funcional- IVCF-20, índice de massa corporal - IMC, inventário de atitude frente a dor- IAD-BREVE, instrumento clínico Questionário de Dor McGill, Escala Multidimensional de Avaliação da Dor - EMADOR). Os dados quantitativos foram transcritos, tabulados em planilhas do Excel, analisados por estatística simples e apresentados em linguagem descritiva, quadros, figuras e tabelas. Os conceitos de diagnósticos/resultados de enfermagem foram dispostos em quadro, por ordem alfabética, e categorizados segundo a Teoria das Transições de Meleis. Como resultados prevaleceu, sexo feminino (100%), idade entre 60-99 anos, branca (53,8%), estado conjugal 50% solteira, escolaridade 39,1% primeiro grau incompleto, 65,4% estavam deambulando, 42,3% referem ser regular, estado nutricional de sobrepeso (IMC > 27) para 30,4%, risco cardiovascular muito elevado para 65,2%, Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF-20) com 41,4% risco moderado (7 a 14 pontos), estado cognitivo preservado (87%), referência a dor crônica em 72,7% destacando-se: queixas álgicas principalmente na cabeça, pernas, braços, uso de auto medicação para alívio da dor (72,7%), características da dor (Questionário de Dor McGill): alfinetada (sensitivo), amedrontadora e enlouquecedora (afetivo), chata/maçante e desgastante (avaliativo), aperta (miscelânia). Os fatores inibidores apontados foram: experiências conflituosas com a dor crônica; ansiedade gerada pela dor crônica; sentimentos negativos sobre a dor crônica; atividade física evitada; descontrole da dor; desconhecimento; ingestão alimentar aumentada; sono e qualidade de vida prejudicado; automedicação; polifarmácia; ilusão sobre o tratamento; negação; crenças sobre a dor; falta de apoio e enfrentamento. Como facilitadores emergiram: atitude positiva para melhoria da dor; tratamento não farmacológico; controle da dor; adesão ao regime terapêutico; conhecimento da família sobre a dor; exercícios físicos reabilitadores; apoio e suporte da ILPI. Como indicadores de resultado teve-se os temas estratégias utilizadas para adquirir habilidades relacionadas ao cuidado da pessoa idosa institucionalizada com dor crônica, e reconhecendo em si a saúde mesmo com a dor crônica, por revelarem características de confiança, segurança e caminharem para o sentido do bem-estar, demonstraram-se como indicadores de resultado. Com base nas informações foram elaborados 45 conceitos de diagnóstico/resultados de enfermagem, segundo a Classificação Internacional de Enfermagem (CIPE) e 28 intervenções de enfermagem. Abstract : The objective was to develop indicators for the nursing care process for institutionalized elderly individuals with chronic pain, grounded in the theory of transitions, presenting the conditioning factors, response patterns, nursing diagnoses, and therapeutic interventions. This is a case study-type research using the Transitions Theory (MELEIS, 2010) as the theoretical framework to present the inhibitors, conditioning factors, nursing diagnoses, and therapeutic interventions involved in the nursing care for institutionalized elderly individuals with chronic pain. The studyi nvolved 23 elderly residents of a Long-Term Care Institution (LTCI) in Curitiba, Paraná, Brazil. Data collection was conducted between July and December 2023, through recorded interviews to gather sociodemographic characteristics (age, sex, race/color, marital status, education, occupation and income, number of children and grandchildren, physical condition, presence of disabilities, length of institutionalization) and clinical data (pain assessment, presence of comorbidities, use of continuous medications, body mass index, Mini-Mental State Examination (MMSE), Clinical-Functional Vulnerability Index (IVCF-20), McGill Pain Questionnaire, Multidimensional Pain Evaluation Scale (EMADOR), and Brief Pain Coping Inventory (IAD-BREVE)). Quantitative data were transcribed, tabulated in Excel spreadsheets, analyzed through simple statistics, and presented descriptively through charts, figures, and tables. Nursing diagnosis/outcome concepts were arranged alphabetically in tables and categorized according to Meleis' Transitions Theory. Results: The predominant profile was female (100%), aged between 60-99 years, white (53.8%), with 50% single, 39.1% with incomplete primary education, 65.4% ambulatory, and 42.3% reporting their health status as "regular." Nutritional status indicated overweight (BMI > 27) in 30.4%, very high cardiovascular risk in 65.2%, Clinical-Functional Vulnerability Index (IVCF-20) revealed moderate risk (7 to 14 points) in 41.4%, and preserved cognitive state in 87%. Chronic pain was reported by 72.7%, with complaints primarily involving the head, legs, and arms, and selfmedication for pain relief was common (72.7%). Pain characteristics (McGill Pain Questionnaire) were described as stabbing (sensory), frightening and maddening (affective), dull and exhausting (evaluative), and squeezing (miscellaneous). Inhibiting factors identified included: conflicting experiences with chronic pain; anxiety caused by chronic pain; negative feelings about chronic pain; avoidance of physical activity; pain mismanagement; lack of knowledge; increased food intake; impaired sleep and quality of life; self-medication; polypharmacy; illusions about treatment; denial; beliefs about pain; lack of support and coping strategies. Facilitating factors that emerged were: positive attitudes toward pain improvement; non-pharmacologica ltreatments; pain control; adherence to the therapeutic regimen; family awareness of pain; rehabilitative physical exercises; and LTCI support. Outcome indicators included themes such as strategies used to acquire skills related to the care of institutionalized elderly individuals with chronic pain and recognizing health despite chronic pain. By demonstrating trust, security, and movement toward well-being, these were established as outcome indicators. Based on the findings, 45 nursing diagnosis/outcome concepts were developed according to the International Classification for Nursing Practice (ICNP), along with 28 nursing interventions.
Collections
- Enfermagem [78]