O QUE ESPERAR DOS DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS POR GRUPOS DE RENOVAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL?
Resumo
Este artigo tem como objetivo investigar os eleitos advindos de grupos organizados de renovação política suprapartidários, com foco no RenovaBR, no Movimento Acredito e no Movimento Brasil Livre. Pretende-se desvendar: (1) quais são as principais características desses grupos; e (2) qual é o perfil e como se comportam na arena parlamentar os integrantes que se elegeram à Câmara dos Deputados (CD) no pleito de 2018. A hipótese é de que os representantes desses grupos apresentam perfil político e comportamento parlamentar incomuns quando comparados ao total dos deputados federais eleitos em 2018 A primeira parte da pesquisa foi realizada por meio da exploração das informações disponíveis nos sítios eletrônicos dos grupos, bem como, nas contas de Twitter e Instagram deles e de seus representantes no Congresso. Para responder à segunda questão foi realizado um levantamento estatístico de dados dos deputados eleitos à Câmara Federal em 2018, destacando as seguintes características: raça, sexo, idade, escolaridade, ocupação e tipos de financiamento de campanha. Para aferir o comportamento parlamentar foi realizado um levantamento do posicionamento dos deputados objeto dessa pesquisa no conjunto de votações nominais referentes à Proposta de Emenda Constitucional nº 6/2019 - PEC da Previdência, por meio de testes estatísticos realizados no software Phyton, foi mensurado o nível de associação dos votos dos parlamentares e as orientações dos seus respectivos partidos, bem como, entre todas as orientações dos partidos e todos os votos dos parlamentares entre si. Os resultados mostraram que o perfil dos deputados advindos de grupos de renovação política não apresenta inovações comparado ao total dos eleitos à CD, com exceção dos quesitos “ocupação” e “idade”. Quanto ao comportamento, a maioria deles votou de forma alinhada aos respectivos partidos, e não aos grupos suprapartidários, com exceção dos membros do Movimento Acredito. Palavras-chave: partidos; comportamento parlamentar; renovação política; perfil parlamentar; financiamento de campanha.DOI: 10.5380/SDCP1.2020.gt3_art27