Os riscos no processo de internacionalização de prestadoras de serviços
Resumo
Resumo: Necessita-se distinguir de qual tipo de serviço se refere quando se fala em processo de internacionalização das prestadoras de serviços, pois a maioria dos estudos existentes utilizam o termo único "prestação de serviço", mas há diferenças conceituais e práticas entre elas. As soft services e Professional Service Firms (PSFs) são prestadoras de serviços ao qual a produção e o consumo são processos simultâneos, no qual são serviços puros com alta intensidade de conhecimento e baixa intensidade de capital. Já as hard services a produção e o consumo são dissociados, se assemelhando com as empresas de manufatura. A literatura apresenta que as soft services e PSFs sofrem um maior risco de internacionalização pela sua intangibilidade, inseparabilidade e incapacidade de exportação em relação às empresas de manufatura, assim como as hard services. Com isto, o objetivo do estudo concentra-se em analisar como os riscos de internacionalização ocorrem no processo de internacionalização para os diferentes segmentos da prestação de serviço, como as hard services, softs services e PSFs. A metodologia proposta foi a pesquisa qualitativa de caráter exploratório com lógica indutiva. A coleta de dados se dividiu em duas etapas, sendo a primeira etapa uma aproximação ao campo com entrevista aberta para se aprofundar mais no tema e a segunda etapa com entrevista semiestruturada elaborada com os conhecimentos adquiridos na primeira etapa. A estratégia de pesquisa de estudos de casos múltiplos foi realizada com 12 empresas ao total, sendo quatro hard services, cinco soft services, três PSFs e uma de serviço com alguns bens. Além do mais, acrescentou-se uma entrevista com a APEX Brasil e três coletas de dados secundários. Como principais resultados encontrou que as soft services/PSFs utilizam do modo virtual no processo de internacionalização, assim como as hard services. O risco intercultural e o risco-país foram os riscos considerados mais relevantes para as hard services, enquanto o risco-país foi o mais relevante para as soft services/PSFs. O risco intercultural era considerado de alta complexidade para todas as classificações de prestadoras de serviços, mas estas empresas não consideravam como alto risco pois não era impeditivo para o processo de internacionalização, diferente do risco-país que era mais impeditivo. Contudo, as soft services/PSFs não assumem um maior risco de internacionalização em comparação às hard services conforme defendido pela tese deste estudo. Outro resultado relevante para a literatura de negócios internacionais foi a prática de um novo modo de entrada no mercado internacional: IDE Virtual, no qual a empresa abre um número fiscal no país estrangeiro, mas não possui quaisquer estruturas físicas ou humanas nessa localidade. As contribuições práticas deste estudo concentram-se na apresentação de algumas estratégias de mitigação do risco de internacionalização utilizadas pelas empresas entrevistadas, mesmo que não seja o foco principal do estudo. Abstract: It is important to distinguish which type of service is being referred to when discussing the internationalization process of service firms, it is necessary because most existing studies use the singular term "service firms," but there are conceptual and practical differences among them. Soft services and Professional Service Firms (PSFs) are service firms in which production and consumption are simultaneous processes, involving pure services with high knowledge intensity and low capital intensity. On the other hand, hard services have production and consumption dissociated as well as manufacturing companies. The literature suggests that soft services and PSFs face a higher risk of internationalization due to their intangibility, inseparability, and inability to export compared to manufacturing companies, as well as hard services. Thus, the study's objective focuses on analyzing how internationalization risks occur in the internationalization process for different service segments, such as hard services, soft services, and PSFs. The proposed methodology was qualitative exploratory research with inductive logic. Data collection consisted of two stages: the first stage involved an approach to the field with open interviews to delve deeper into the topic, and the second stage included semi-structured interviews based on the knowledge gained in the first stage. The research strategy employed multiple case studies, with a total of 12 companies: four hard services, five soft services, three PSFs, and one service with some goods. Additionally, an interview with APEX Brasil and three secondary data collections. Key findings indicate that soft services/PSFs use a virtual approach in the internationalization process, like hard services. Intercultural risk and country risk were considered the most relevant risks for hard services, while country risk was the most relevant for soft services/PSFs. Intercultural risk was deemed of high complexity for all service providers' classifications, but these companies did not perceive it as a high risk because it did not prohibitive to the internationalization process, unlike country risk, which was more prohibitive. However, soft services/PSFs do not assume a higher risk of internationalization compared to hard services as defended by the study thesis. Another noteworthy result for international business literature was the adoption of a new mode of entry into international markets: virtual Foreign Direct Investment (FDI), which the company obtains an international identification number in the foreign country but has no physical or human structures in that location. Practical contributions of this study are on presenting some internationalization risk mitigation strategies used by the interviewed companies, even though it is not the focus of the study.
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