dc.description.abstract | Resumo : O uso de plantas como base para tratamentos medicinais é uma prática ancestral presente em diversas culturas, desempenhando um papel vital na saúde e no manejo de doenças. Este trabalho analisa criticamente a interseção entre essas práticas tradicionais e as evidências científicas. Historicamente, o conhecimento sobre o uso terapêutico de espécies vegetais tem sido transmitido de geração em geração, formando a base para muitas terapias naturais que continuam a ser utilizadas até hoje. Esse saber tradicional frequentemente inspira a pesquisa científica e leva à descoberta de novos compostos bioativos com potencial terapêutico. A validação científica do uso de plantas medicinais enfrenta diversos desafios. A complexidade química vegetal, a variabilidade nas condições de cultivo e a dificuldade de padronização dos extratos botânicos complicam a realização de ensaios clínicos rigorosos. Além disso, é essencial avaliar cuidadosamente a segurança e a eficácia dessas terapias para evitar potenciais toxicidades e interações adversas com medicamentos convencionais. Esses desafios destacam a necessidade de pesquisas mais robustas para apoiar o uso seguro e eficaz das substâncias de origem vegetal. Apesar dessas dificuldades, avanços significativos têm sido alcançados. Técnicas modernas, como a farmacologia reversa, permitem explorar sistematicamente as propriedades curativas das plantas, enquanto a análise da sinergia e da polifarmacologia ajuda a entender como os múltiplos compostos em um único extrato interagem para produzir efeitos terapêuticos. A criação de bases de dados detalhadas sobre as propriedades e usos das ervas medicinais também está facilitando a pesquisa e a aplicação clínica desses recursos. Para integrar eficazmente o conhecimento tradicional com a ciência moderna, é essencial investir em pesquisas clínicas rigorosas que respeitem a diversidade cultural e a biodiversidade. A colaboração entre cientistas, médicos e comunidades tradicionais pode promover um uso mais holístico e inclusivo dos medicamentos naturais. Além disso, é crucial educar o público sobre o uso seguro e responsável desses tratamentos, garantindo que informações sobre dosagem, efeitos colaterais e interações medicamentosas sejam amplamente divulgadas. Concluindo, o uso tradicional de plantas com fins terapêuticos e as evidências científicas não são mutuamente exclusivos. A combinação desses conhecimentos pode enriquecer o campo da saúde, proporcionando abordagens inovadoras e culturalmente sensíveis para o tratamento de doenças. No entanto, essa integração deve ser guiada por princípios éticos e sustentáveis para assegurar benefícios equitativos e duradouros | pt_BR |