Aplicação de biopolímeros na produção de álcool gel
Resumo
Resumo : A pandemia do novo coronavírus trouxe diversos desafios e muitas ações foram necessárias para o seu enfrentamento. A higienização das mãos com água e sabão e/ou a utilização de soluções alcoólicas, foram os métodos mais recomendados pela Organização Mundial da Saúde como medidas de prevenção da transmissão do vírus. Com o aumento da demanda, o álcool gel foi um dos primeiros produtos a sumir das prateleiras. Devido a escassez e consequente aumento de custo do carbômero - matéria-prima utilizada como agente espessante em sua fabricação - buscou-se por alternativas que garantissem eficácia e estabilidade ao produto final. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a capacidade espessante do biopolímero quitosana para produção de álcool gel. Para tanto, a solubilidade adequada do biopolímero é essencial para sua utilização como gelificante. Diferentes amostras de quitosana foram testadas quanto à solubilidade em diferentes ácidos e concentrações. Dentre todos os ácidos avaliados, a solução de ácido acético 2% (v/v) promoveu a solubilização adequada para todas as proporções de quitosana, apresentando-se livre de grumos e com menor odor característico e dessa forma, foi a condição escolhida para os testes de formulação do álcool gel. Obtida a partir de resíduos da carcinicultura desenvolvida na região oeste do Paraná, a capacidade espessante da "quitosana UFPR" foi comparada ao carbômero recomendado pela Farmacopeia, e verificou-se que ambos apresentam viscosidade semelhante. Devido baixo custo, abrangente aplicabilidade e gerenciamento de resíduos, conclui-se que o biopolímero quitosana pode ser considerado uma alternativa como espessante na produção de álcool gel, sob aspectos econômicos e industriais, viabilizando a produção de preparações antissépticas oficinais em tempos de crise sanitária global.