Efeito da suplementação combinada entre creatina e cafeína sobre o desempenho em exercício de alta intensidade
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Data
2024Autor
Lima, Alisson Henrique Marinho de
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Resumo: Essa tese tem como objetivo avaliar os potenciais efeitos isolados e sinérgicos da suplementação de creatina e cafeína sobre o desempenho em exercício de alta intensidade. A tese foi composta de uma revisão sistemática e um estudo experimental. No primeiro estudo, foi realizado uma busca em oito base de dados, sendo a qualidade metodológica dos estudos avaliada por meio da ferramenta QualSyst. Dos dez estudos incluídos, seis apresentaram qualidade metodológica forte, três moderada e um fraco. Em cinco estudos, a cafeína foi ingerida aproximadamente 1h antes do teste de desempenho (5-7mg.kg-1) após um período de sobrecarga de creatina (5-6 dias com 0,3g.kg-1.d-1); em três deles a combinação creatina+cafeína proporcionou efeito ergogênico em comparação a creatina isolada. Nos outros cinco estudos, a cafeína foi ingerida diariamente durante o protocolo de sobrecarga de creatina, com a combinação creatina + cafeína mostrando benefícios ao desempenho em comparação a creatina sozinha apenas em um deles (3g.d-1 de creatina durante 3 dias + 6mg.kg-1 de cafeína por 3 dias). Pode-se concluir a partir do primeiro estudo que a combinação creatina + cafeína parece proporcionar benefícios adicionais ao desempenho físico quando a cafeína é ingerida de forma aguda após uma sobrecarga de creatina. Contudo, os desenhos experimentais dos estudos revisados, diferentes protocolos de exercício e muitas vezes faltando uma condição de cafeína isolada, não permitem emitir de forma incisiva tal afirmação. Assim, um segundo estudo, esse experimental, foi desenvolvido. Vinte e quadro indivíduos bem treinados visitaram o laboratório em cinco ocasiões diferentes. Na primeira visita foram feitas as avaliações antropométricas e consumo de oxigênio de pico (V? O2pico) em teste incremental máximo. Na segunda visita foi realizada a familiarização com os protocolos para avaliação da potência e capacidade anaeróbia no teste de Wingate. Na terceira visita (pré-suplementação), os participantes realizaram os mesmos protocolos experimentais da familiarização. Posteriormente, os 24 participantes foram subdivididos em dois grupos, grupo creatina (sobrecarga de 20g.d-1 de creatina por cinco dias) e grupo controle (sobrecarga com placebo). Após o período de sobrecarga de 5 dias, os participantes retornaram ao laboratório (quarta visita), realizaram a ingestão de 5 mg.kg-1 de cafeína ou placebo, de maneira randomizada e contrabalançada, e realizaram os mesmos protocolos experimentais da terceira visita. Na última visita (quinta visita), após 3 dias realizando a ingestão de 8 20g.d-1 de creatina ou placebo os participantes, realizaram os mesmos protocolos experimentais da quarta visita, exceto que quem tomou cafeína realizou a ingestão de placebo e vice-versa. Após o período de sobrecarga, as alterações na massa corporal foram maiores (p < 0,05) no grupo creatina (+ 0,87 ± 0,23 kg) do que no grupo controle (+ 0,13 ± 0,27 kg). Em ambos os grupos, a potência de pico foi maior (p = 0,01) na ingestão de cafeína (1.033,45 ± 209,33 W) do que na ingestão de placebo (1.003,34 ± 204,36 W), mas a potência média não foi diferente entre as condições placebo e cafeína (p>0,05). A partir dos resultados do segundo estudo, pode-se concluir que a ingestão de cafeína, mas não de creatina, aumenta a potência anaeróbia. Por outro lado, nem a creatina nem a cafeína afetam a capacidade anaeróbia. Abstract: This thesis aims to evaluate the potential isolated and synergistic effects of creatine and caffeine supplementation on high-intensity exercise performance. The thesis was composed of a systematic review and an experimental study. In the first study, a search was carried out in eight databases, with the methodological quality of the studies assessed using the QualSyst tool. Of the ten studies that met the inclusion criteria, six had strong, three moderate, and one weak methodological quality. In five studies, caffeine was ingested approximately 1h before the performance trial (5-7 mg.kg-1) after a period of creatine loading phase (5-6 days with 0.3 g.kg-1.d-1); In three of them, the combination of creatine + caffeine provided an ergogenic effect compared to creatine alone. In the other five studies, caffeine was ingested daily during the creatine overload protocol, with the creatine + caffeine combination showing performance benefits compared to creatine alone in only one study (3 g.d-1 creatine for 3 days + 6 mg .kg-1 of caffeine for 3 days). It can be concluded from the first study that the creatine + caffeine combination appears to provide additional benefits to physical performance when caffeine is ingested acutely after creatine loading phase. However, the experimental designs, different exercise protocols, and the lack of an isolated caffeine condition in the reviewed studies do not allow precise conclusion. Thus, a second experimental study was performed. Twenty-four welltrained individuals visited the laboratory on five separate occasions. At the first visit, anthropometric measures and peak oxygen consumption (V? O2peak) during a maximal graded exercise test were assessed. On the second visit, familiarization with the assessment protocols for the Wingate anaerobic test was carried out. On the third visit (pre-supplementation), participants performed the same experimental familiarization protocols. Subsequently, the 24 participants were subdivided into two groups: 1) creatine group (loading phase of 20 g.d-1 of creatine for five days), and 2) control group (loading phase of placebo). After the 5-day of loading phase, participants returned to the laboratory (fourth visit), ingested 5 mg.kg-1 of caffeine or placebo, in a randomized and counterbalanced manner, and performed the same experimental protocols as in the third visit. In the last visit (fifth visit), after 3 days of ingestion of 20 g.d-1 of creatine or placebo, the participants performed the same experimental protocols of the fourth visit, except that who took caffeine ingested placebo and vice versa. After the loading phase period, changes in body mass were 10 greater (p < 0.05) in the creatine (+ 0.87 ± 0.23 kg) than in the control group (+ 0.13 ± 0.27 kg). In both groups, peak power was higher (p = 0.01) in the caffeine (1033.45 ± 209.33 W) than in the placebo trial (1003.34 ± 204.36 W), but mean power was not different between placebo and caffeine trials (p > 0.05). From the results of the second study, it can be concluded that the intake of caffeine, but not creatine, increases anaerobic power. On the other hand, neither creatine nor caffeine affect anaerobic capacity.
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