Análise da dinâmica florestal da mata atlântica para valorar o balanço de emissão e sequestro de gee em escala municipal
Resumo
Resumo: Devido a seu histórico de ocupação, a mata atlântica encontra-se fragmentada e com sua cobertura florestal muito reduzida, com registro de que restam apenas 24% da cobertura florestal original. Dado o cenário crítico de um importante hotspot mundial para conservação, este trabalho tem o objetivo de diagnosticar o quadro de conservação florestal dos municípios da região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte do Estado de São Paulo, avaliar os efeitos da Lei da Mata Atlântica, nº 11.428 de 2006, orientar políticas de fomentos à conservação e recomposição florestal e especular ganhos no mercado de carbono por meio da quantificação de redução de emissão de CO2: São utilizadas imagens dos satélites Landsat 5 de 2006, e Landsat 9 de 2022, referentes à área do estudo. Para quantificar o balanço da área ocupada por cobertura florestal nos municípios foi aplicada uma técnica de detecção de mudanças entre imagens de diferentes datas denominada Análise do Vetor de Mudança. Os dados radiométricos das imagens foram transformados pelo Modelo Linear de Mistura Espectral em imagens das proporções de Solo, Vegetação e Sombra. As imagens de Solo e Vegetação foram utilizadas na detecção dos vetores de mudança para a definição de áreas com permanência de cobertura florestal nas suas datas e áreas de perda ou ganho de cobertura florestal no intervalo de tempo considerado. Para refinamento dos dados foram produzidos mapas de cobertura florestal para as duas datas, visando distinguir áreas de silvicultura e floresta atlântica, e obter áreas de estabilidade florestal. Houve a interseção desses resultados com o Mapa de Carbono Total da Vegetação, em seguida a exportação para planilha eletrônica para quantificação de carbono por hectare, analises estatísticas e especulação de ganhos e perdas no mercado de carbono. A região se destaca por possuir aproximadamente 34% de sua área total em florestal estável, o que poderia render $340 milhões no mercado de carbono, tendo Ubatuba como portadora florestal do equivalente a $38 milhões. Em contraponto, no período de 16 anos, o total de regeneração e desmatamento não representam nem 1% da área total estudada, indicando que legislação de 2006 estancou o desmatamento, porém não teve efeito significativo para recomposição florestal.
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- MBA em gestão ambiental [364]