Associação do bullying com comportamentos de risco à saúde e percepção de qualidade de vida em adolescentes
Resumo
Resumo: O bullying tende a afetar negativamente a vida do adolescente, podendo levar o indivíduo a prejuízos na saúde física, mental e social. Objetivo: Analisar a associação do bullying com comportamentos risco à saúde e percepção de qualidade de vida em adolescentes da cidade de Maringá-PR. Métodos: a amostra foi composta por 1.020 adolescentes, 511 meninos (16,61± 0,67 anos de idade) e 509 meninas (16,34 ± 0,72 anos de idade), matriculados na rede pública de ensino de Maringá-PR. Foram coletadas as medidas antropométricas de massa corporal e estatura. O bullying (perpetração e vitimização), comportamentos de risco à saúde, a percepção de qualidade de vida, classe econômica, idade e sexo foram analisados por questionários autorreportados. Para classificação do estado nutricional adotou-se pontos de corte do IMC específicos para idade e sexo. Foi utilizada a regressão logística para verificar a associação do bullying com os comportamentos de risco à saúde e com a percepção de qualidade de vida, com nível de significância de 5%. Resultados: 17,2% dos adolescentes reportaram serem perpetradores de bullying e 20,1% reportaram serem vítima de bullying, sem diferença entre os sexos em ambos. Os adolescentes perpetradores de bullying apresentaram mais chances de estarem no grupo que fez uso do tabaco (OR:1,75; IC%= 1,30-2,55); consumo de álcool (OR=1,83; IC%=1,39- 2,71), uso problemático de Smartphone (OR=1,53; IC%= 1,09-2,16), pior qualidade de sono (OR= 1,64; IC%= 1,14-2,44) e que faziam mais atividade física (OR= 1,45; IC%= 1,03; 2,01), quando comparados aos não perpetradores. Os adolescentes vítimas de bullying tiveram uma chance 1,75 (IC95%= 1,28-2,41) vezes maior de fumar, 1,45 (IC95%= 1,06-1,98) vezes maior de consumir álcool, 1,91 (IC95%= 1,26- 2,88) vezes maior de ter pior qualidade do sono e 1,75 (IC95%= 1,27-2,40) vezes maior de fazer mais atividade física do que aqueles que não foram vítimas de bullying. Ser vítima de bullying aumenta a chance em 42% (OR=1,42; IC95%= 1,07-1,88) de passar de baixo para médio ou médio para alto tempo em comportamento sedentário. E as vítimas de bullying tem uma chance de 58% (OR=0,42; IC95%= 0,30-0,59) menor de ter uma boa qualidade de vida do que os que não foram vítimas de bullying. Houve interação significativa (p=0,02) apenas entre horas de sono por dia e estado nutricional para as vítimas de bullying com excesso de peso. Aqueles com excesso de peso e que foram vítimas de bullying tiveram uma chance 1,90 (IC95%= 1,02-3,55) vezes maior de dormir mais do que os que não foram vítimas de bullying. Conclusões: ser perpetrador ou vítima de bullying está associado com comportamentos de risco à saúde e com uma pior percepção de qualidade de vida. Estas associações variam conforme o sexo. Sugere-se ações no município e em território nacional para que o bullying seja evitado nas escolas e que as atenções sejam voltadas tanto para os adolescentes perpetradores quanto para as vítimas. Abstract: Bullying tends to negatively affect a teenager's life and can lead to harm in their physical, mental and social health. Aim: To analyze the association of bullying with health risk behaviors and perception of quality of life in adolescents in the city of Maringá-PR. Methods: the sample consisted of 1,020 adolescents, 511 boys (16.61 ± 0.67 years old) and 509 girls (16.34 ± 0.72 years old), enrolled in the public school system in Maringá-PR . Anthropometric measurements of body mass and height were collected. Bullying (perpetration and victimization), health risk behaviors, perception of quality of life, economic class, age and gender were analyzed using self-reported questionnaires. To classify nutritional status, specific BMI cutoff points were adopted for age and sex. Logistic regression was used to verify the association of bullying with health risk behaviors and the perception of quality of life, with a significance level of 5%. Results: 17.2% of adolescents reported being perpetrators of bullying and 20.1% reported being victims of bullying, with no difference between genders in either case. Adolescents who perpetrated bullying were more likely to be in the group that used tobacco (OR: 1.75; CI%= 1.30-2.55); alcohol consumption (OR=1.83; IC%=1.39-2.71), problematic Smartphone use (OR=1.53; IC%= 1.09-2.16), worse sleep quality ( OR= 1.64; CI%= 1.14-2.44) and who did more physical activity (OR= 1.45; CI%= 1.03; 2.01), when compared to non-perpetrators. Adolescents who were victims of bullying were 1.75 (95%CI= 1.28-2.41) times more likely to smoke, 1.45 (95%CI= 1.06-1.98) times more likely to consume alcohol, 1 .91 (95%CI= 1.26-2.88) times more likely to have worse sleep quality and 1.75 (95%CI= 1.27-2.40) times more likely to do more physical activity than those who did not were victims of bullying. Being a victim of bullying increases the chance by 42% (OR=1.42; 95%CI= 1.07-1.88) of going from low to medium or medium to high time in sedentary behavior. And victims of bullying have a 58% (OR=0.42; 95%CI= 0.30-0.59) lower chance of having a good quality of life than those who were not victims of bullying. There was a significant interaction (p=0.02) only between hours of sleep per day and nutritional status for overweight victims of bullying. Those who were overweight and who were victims of bullying were 1.90 (95%CI= 1.02-3.55) times more likely to sleep more than those who were not victims of bullying. Conclusions: being a perpetrator or victim of bullying is associated with health risk behaviors and a worse perception of quality of life. These associations vary by sex. Actions are suggested in the municipality and nationally so that bullying is avoided in schools and that attention is focused on both the perpetrators and the victims. Keywords.
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