Astaxantina como suplemento alimentar : revisão de escopo
Resumo
Resumo: A astaxantina (AST), um carotenoide amplamente presente em organismos e microrganismos marinhos, está alcançando aplicações em diferentes áreas industriais, destacando-se o uso como ingrediente em suplemento alimentar, cosméticos e ração animal. Devido à sua capacidade antioxidante, a AST desempenha um papel protagonista no mercado global de carotenoides. Além disso, influencia a regulação do equilíbrio redox e processos biológicos, impactando o estresse oxidativo, a fisiologia, a morte celular e o metabolismo de lipídios em seres humanos. Esses efeitos benéficos se estendem à saúde da pele, ocular, sistema cardiovascular, função neurológica, desempenho físico e resposta imunológica. Objetivo: este trabalho teve por objetivo mapear as evidências de saúde relacionadas aos efeitos da suplementação oral de AST em humanos. Metodologia: foi conduzida uma revisão de escopo de acordo com as recomendações do Joana Briggs Institute (JBI). Os critérios de inclusão foram estudos primários relacionados à suplementação de AST e seu impacto na saúde de seres humanos. Os critérios de exclusão foram estudos in vitro, AST associadas a outras substâncias, registros publicados na forma de resumos ou em caracteres não romanos. Utilizando termos previamente definidos, a busca foi realizada em banco de dados (Pubmed, Scopus e Web of Science) em março de 2023. Os estudos foram avaliados por dois revisores independentes e os dados reportados de forma descritiva, com auxílio de figuras, gráficos e tabelas. Resultados e discussão: foram selecionados 25 estudos publicados entre 2000 e 2023, destacando-se a frequência de produção no Japão (n= 9), enquanto no Brasil não foram identificados estudos sobre AST. O desenho de estudo mais frequente foi o ensaio clinico randomizado (n=23). Os estudos triados totalizaram 1026 indivíduos, sendo que 374 indivíduos não apresentaram definição de sexo. Dentre os participantes, a maioria foram homens, totalizando 8 estudos exclusivos nesta população. Foram investigados 10 transtornos, distúrbios ou doenças frente a intervenção de AST, sendo a mais investigada estresse oxidativo. A AST foi avaliada em concentração média de 12 mg ao dia, prevalecendo a forma farmacêutica em cápsulas (n=15) obtida a partir de fonte Haematococcus pluvialis (n=12) e o período médio de tratamento de 12 semanas (n=8). O desfecho positivo foi observado em 96% (n=24) dos estudos. Conclusão: essa revisão possibilitou o mapeamento de publicações, destacando a predominância de efeitos positivos das intervenções com AST na prevenção de várias doenças associadas a estresse oxidativo e envelhecimento. No entanto são necessárias mais informações provenientes de estudos de intervenção humana, com estudos randomizados controlados realizados em grupos populacionais definidos. Pesquisas futuras poderão investigar abordagens mais específicas, contribuindo para uma compreensão mais aprofundada das alegações de saúde relacionadas ao uso do AST como suplemento alimentar. Abstract: Astaxanthine (AST), a carotenoid widely present in marine organisms and microorganisms, is reaching applications in different industrial areas, highlighting its use as an ingredient in food supplements, cosmetics and animal feed. Due to its antioxidant capacity, AST plays a leading role in the global carotenoid market. In addition, it influences the regulation of redox balance and biological processes, impacting oxidative stress, physiology, cell death and lipid metabolism in humans. These beneficial effects extend to the health of the skin, eye, cardiovascular system, neurological function, physical performance and immune response. Objective: this study aimed to map health evidence related to the effects of oral AST supplementation in humans. Methodology: a scope review was conducted according to the recommendations of the Joana Briggs Institute (JBI). The inclusion criteria were primary studies related to AST supplementation and its impact on human health. The exclusion criteria were in vitro studies, AST associated with other substances, published records in the form of abstracts or in non-roman characters. Using previously defined terms, the search was performed in a database (Pubmed, Scopus and Web of Science) in March 2023. The studies were evaluated by two independent reviewers and their data analyzed descriptively, presented in graphs and tables. Results and discussion: 25 studies were selected, published between 2000 and 2023, highlighting the frequency of production in Japan (n = 9), while in Brazil no studies on AST were identified. The most frequent study design was the randomized clinical trial (n=23). The triated studies totaled 1026 individuals, and 374 individuals did not present a definition of sex. Among the participants, the majority were men, totaling 8 exclusive studies in this population. Ten disorders or diseases were investigated against the intervention of AST, being the most investigated oxidative stress. The AST was evaluated at an average concentration of 12 mg per day, prevailing the pharmaceutical form in capsules (n = 15) obtained from source Haematococcus pluvialis (n = 12) and the average treatment period of 12 weeks (n = 8). The positive outcome was observed in 96% (n=24) of the studies. Conclusion: This review enabled the mapping of publications, highlighting the predominance of positive effects of AST interventions in the prevention of various diseases associated with oxidative stress and aging. However, more information is needed from human intervention studies, with randomized controlled studies conducted in defined population groups. Future research may investigate more specific approaches, contributing to a deeper understanding of health claims related to the use of AST as a dietary supplement.
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