Avaliação fisioterapêutica de habilidades motoras aquáticas para crianças de 4 a 24 meses : um olhar sobre o desenvolvimento neuropsicomotor

Abstract

Resumo : O desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) é um processo sequencial que depende de diversos aspectos, os quais resultam na aquisição de diferentes habilidades motoras, conforme os contextos dos ambientes e as tarefas oferecidas à criança. Em prol de se conquistar as máximas potencialidades de cada criança é necessária uma abordagem precoce e estimulante, tanto no cenário da avaliação quanto no da intervenção fisioterapêutica, destacando aqui o meio aquático como uma possibilidade de estimulação que pode incluir estratégias lúdicas e atrativas, o que colabora com o DNPM. Nesse cenário, a prática fisioterapêutica de promoção e prevenção em saúde da criança precisa ser direcionada de modo singular, seja ela aquática, seja terrestre. Assim, o objetivo deste trabalho é identificar e analisar as habilidades motoras aquáticas e terrestres de bebês. Trata-se de um estudo observacional, transversal de perfil descritivo de série de casos com identificação e análise das habilidades motoras em ambiente aquático e em solo de crianças de 4 a 24 meses de idade. Foi realizada triagem por meio de um Questionário Socioeconômico, além de uma avaliação que ocorreu em duas etapas: em solo, por meio da Alberta Infant Motor Scale (AIMS) e o Developmental Screening Test (Denver II); e em meio líquido, pela Adaptation of the Aquatic Functional Assessment Scale for Babies (AFAS-BABY©). A triagem resultou em uma amostra de 15 crianças de 5 a 21 meses de idade, de ambos os sexos. Em relação à AIMS, os resultados obtidos foram que 5 crianças (38,46%) acabaram classificadas como DNPM suspeito e 8 crianças (61,53%) como desenvolvimento típico. Os resultados da DENVER II classificaram como desenvolvimento típico 10 crianças (66%), questionável 3 crianças (20%) e com atraso 2 crianças (13,33%). Por meio da AFAS-BABY©, foi visto que a maioria da amostra conquistou pontuação maior que 50% nos comportamentos motores avaliados, que quando analisado de forma individual por fases mostra que as crianças mais velhas foram as que conquistaram maiores escores. Conclui-se que é possível investigar as habilidades motoras de bebês de 4 a 24 meses com a aplicação de instrumentos avaliativos específicos terrestres e aquáticos, de forma assertiva e precoce, a fim de identificar possíveis riscos e definir estratégias de intervenção