Análise da construção de uma curva de aprendizado em cirurgias de uretra realizadas por um único cirurgião em um hospital universitário
Resumo
Resumo: Introdução: Estenoses uretrais são uma condição incomun com um impacto significativamente negativo na vida dos pacientes. O resultado pós-operatório depende de vários fatores, como idade, comorbidades (diabetes, obesidade, estado cardiovascular), etiologia, tabagismo, imunossupressão e tratamentos urológicos prévios. Na formação de uma curva de aprendizado, muitos fatores são importantes, sendo que devido à complexidade da doença, ela pode levar anos pra concretizar. Portanto, a experiência do cirurgião tem sido associada aos resultados. Objetivos: Avaliar o impacto da curva de aprendizado no tratamento de estenoses uretrais por meio de diferentes técnicas de uretroplastia, bem como os principais fatores de risco associados às taxas de recorrência. Métodos: De fevereiro de 2015 a fevereiro de 2021, foram avaliados 174 prontuários médicos de pacientes submetidos à uretroplastia por um único cirurgião. Diferentes técnicas cirúrgicas foram aplicadas de acordo com as necessidades de cada caso. Considerou-se um acompanhamento pósoperatório mínimo de seis meses para analisar o desfecho, e a uretroplastia bemsucedida foi definida como a ausência da necessidade de tratamento adicional. Resultados: A principal causa de estenose foi pós-traumática, em 27,10% dos casos, seguida por causas inflamatórias e iatrogênicas, com 25,25% cada, e, finalmente, foi encontrada uma origem idiopática em 22,40% desta amostra. Em 34,6% dos casos, o local da estenose estava na uretra bulbar, seguido pela uretra peniana (24,5%). O envolvimento panuretral foi observado em 13,4% da amostra e da uretra membranosa em 11,1%. Houve 30 casos (17,2%) de recorrência nos primeiros 6 meses de acompanhamento pós-cirurgia, sem diferença nas taxas de recorrência até 6 meses. Conclusão: A uretroplastia é um procedimento com uma longa curva de aprendizado, portanto, compreender os fatores associados à recorrência, para treinamento, pode ajudar na curva de aprendizado, assim como em outras cirurgias. Abstract: Introduction: Urethral strictures are an uncommon condition with a significantly negative impact on patients' lives. The postoperative outcome depends on various factors such as age, comorbidities (diabetes, obesity, cardiovascular status), etiology, smoking, immunosuppression, and prior urological treatments. In the learning curve formation, many factors are crucial, and due to the complexity of the disease, it may take years to solidify. Therefore, the surgeon's experience has been associated with outcomes. Objectives: To assess the impact of the learning curve in the treatment of urethral strictures using different urethroplasty techniques, as well as the main risk factors associated with recurrence rates. Methods: From February 2015 to February 2021, 174 medical records of patients undergoing urethroplasty by a single surgeon were evaluated. Various surgical techniques were applied according to the needs of each case. A minimum postoperative follow-up of six months was considered to analyze the outcome, and successful urethroplasty was defined as the absence of the need for additional treatment. Results: The primary cause of stricture was posttraumatic in 27.10% of cases, followed by inflammatory and iatrogenic causes, each with 25.25%, and an idiopathic origin was found in 22.40% of this sample. In 34.6% of cases, the stricture site was in the bulbar urethra, followed by penile urethra (24.5%). Panurethral involvement was observed in 13.4% of the sample, and membranous urethra involvement in 11.1%. There were 30 cases (17.2%) of recurrence in the first 6 months of post-surgery follow-up, with no difference in recurrence rates up to 6 months. Conclusion: Urethroplasty is a procedure with a steep learning curve; therefore, understanding factors associated with recurrence for training purposes can aid in the learning curve, as well as in other surgeries.
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