Estudo do potencial terapêutico da protectina D1 na dor e depressão em ratos diabéticos
Resumo
Resumo : O diabetes mellitus é uma doença metabólica que tem como característica principal o aumento da concentração de glicose no sangue, afetando atualmente cerca de 451 milhões de pessoas no mundo. O diabetes gera grande impacto na vida dos pacientes e na sociedade, sendo uma das maiores causas de gasto em saúde do mundo. Associadas ao diabetes existem diversas comorbidades, como é o caso da neuropatia diabética, uma disfunção que acomete comumente nervos periféricos. A neuropatia diabética afeta até 50% dos pacientes diabéticos e entre esses, 50% sofrem a forma dolorosa. A dor neuropática diabética (DND) atinge principalmente os pés, podendo também atingir as mãos. Além da sensação dolorosa, os pacientes são acometidos por alodinia mecânica, caracterizada pela redução do limiar mecânico de dor, que faz com que estímulos normalmente não dolorosos passem a causar dor. Os tratamentos atuais com anticonvulsivantes, antidepressivos e opioides nem sempre são eficazes e possuem muitos efeitos adversos. Outra comorbidade comum em pacientes diabéticos é a depressão. Pacientes diabéticos tem o dobro de chances de desenvolver depressão. O tratamento da depressão associada ao diabetes também representa um desafio clínico uma vez que alguns antidepressivos interferem no controle glicêmico e pelo fato de que muitos pacientes são refratários. Os mediadores especializados pró-resolução (SPM), incluindo a protectina D1 (PD1), surgem como possíveis alternativas aos tratamentos atuais, uma vez que demonstram possuir efeitos neuroprotetores e potencial para tratar dores crônicas. Assim, o presente estudo teve por objetivo estudar o potencial antinociceptivo e antidepressivo da PD1 em modelo animal de diabetes induzido por estreptozotocina em ratos da linhagem Wistar. A alodinia mecânica foi avaliada pelo teste do Von Frey Eletrônico, a atividade locomotora pelo teste do Campo Aberto, e o comportamento do tipo depressivo pelo teste do Nado Forçado. Os tratamentos com PD1 (1, 3 ou 10 ng intraperitoneal) foram realizadas nos dias 14º, 15º, 18º, 21º 24º e 27º após a indução do diabetes. Nossos resultados demonstraram que o tratamento com PD1 (doses de 3 ou 10 ng) reduziram significativamente a alodinia mecânica em animais diabéticos, quando comparados ao grupo controle tratado com 5 veículo. O tratamento com PD1 (todas as doses testadas) no entanto, não foi capaz de alterar parâmetros como glicemia, ganho de peso, número total de cruzamentos no teste de campo aberto. Em relação ao comportamento do tipo depressivo, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos tratados com PD1 e o grupo controle. Os dados obtidos até o momento permitem-nos concluir que a PD1 apresenta potencial antinociceptivo na dor associada ao diabetes experimental e que mais experimentos devem ser conduzidos a fim de explorar o potencial antidepressivo (uma vez que as doses maiores testadas apresentaram tendência a reduzir o tempo de imobilidade no teste do nado forçado)
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