dc.description.abstract | Resumo : A temática do presente trabalho deu-se a partir da participação em um Projeto de Extensão da Universidade Federal do Paraná, intitulado Diálogos Formativos: oralidade, leitura e escrita com a população em situação de rua. Com os estudos do Projeto, percebemos disparidades na composição da população em situação de rua e nas estratégias utilizadas por homens e mulheres que partilham desta situação. Assim, pesquisamos as estratégias utilizadas por mulheres que compõe este segmento populacional e intencionamos pesquisar a rua como espaço formativo e educativo informal. Fundamentando-nos em Gil (2002), definimos a pesquisa como exploratória, isso pois, o primeiro capítulo de nosso estudo corresponde ao levantamento e análise de produções acadêmicas inscritas na temática da população em situação de rua, e utilizando Freire (1990) e Brandão (1990), classificamos a pesquisa de campo deste trabalho como pesquisa-participante, pois entendemos que ambas, pesquisadora e mulher em situação de rua, são sujeitos da pesquisa. Desta forma, a pesquisa encontra-se dividida em três capítulos: no primeiro capítulo discorremos sobre a população em situação de rua como temática de pesquisa, conceituamos a população "em situação" de rua e levantamos as teses e dissertações disponíveis nas plataformas CAPES e Sucupira acerca do percentual adulto da população fazendo 3 movimentos – recorte geral (homens e mulheres), recorte da área da educação, e recorte de gênero feminino. Como recorte de tempo, estabelecemos o ano de 2005 em que ocorreu o I Encontro Nacional sobre População em Situação de Rua até o ano que antecede a pesquisa (2019). No segundo capítulo tratamos das particularidades enfrentadas pelo contingente feminino da referida população de acordo com os documentos normativos que permeiam a tessitura deste trabalho – Rua: Aprendendo a Contar (BRASIL, 2009a) e Relatório do I Encontro Nacional da População em Situação de Rua (BRASIL, 2006a), além de utilizar Viezzer (1989), Tiene (2004), Bandeira (2017) e Collins (2019) para aprofundar o debate sobre os conceitos presentes nas pesquisas que recortam o gênero feminino encontradas em nosso levantamento. Por fim, em nosso terceiro e último capítulo, discorremos, com auxílio de Freire (2014) e Gohn (2006,2014) sobre os conceitos de educação popular, informal e não-formal, fazendo uma breve apresentação do referido Projeto de Extensão. E escorando-nos na experiência de vida com Larossa (2002, 2011) e na abordagem autobiográfica de Souza (2007) e Bragança (2011), dialogamos com uma mulher em situação de rua participante do Projeto de Extensão sobre sua realidade, trajetória de vida, e estratégias na rua – utilizando produções de diversas áreas, como: geografia (ROBAINA 2015), antropologia (MELO, 2011), (DAMATTA 1997); saúde (ROSA e BRÊTAS, 2015); e, educação (BADY,2019), intencionamos investigar as particularidades femininas na situação de rua, as relações estabelecidas neste espaço público, e as estratégias ensinadas pela rua para a satisfação de suas demandas. Para além deste diálogo, entrevistamos uma das assistentes sociais da instituição parceira de nosso Projeto – sobre o trabalho realizado com a população, os limites e possibilidades das ações desenvolvidas na instituição religiosa, e suas impressões acerca das mulheres que compõe a população em situação de rua no município de Curitiba-PR. | pt_BR |