Pesquisa de mutações no gene PHEX em pacientes portadores de raquitismo hipofosfatêmico
Resumo
Resumo: O raquitismo hipofosfatêmico (RH) ligado ao X (RHLX) é considerado a causa mais comum de raquitismo hereditário, sendo também a doença genética mais frequente dentre as que causam aumento da perda renal de fosfato. Tem uma incidência de 1/20.000 recém-nascidos vivos e é causado por mutações do gene PHEX (gene regulador do fosfato com homologia para endopeptidases). Objetivos: Descrever o fenótipo e avaliar a presença de mutações no gene PHEX em pacientes pediátricos com diagnóstico clínico de RHLX. Métodos: Estudo ambispectivo que avaliou oito pacientes com idade de 0-18 anos, com diagnóstico de RH, atendidos na Unidade de Endocrinologia Pediátrica e no ambulatório de doenças osteometabólicas do Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba. Realizada a revisão dos prontuários e a coleta de amostra de mucosa oral com swab. O material foi enviado ao laboratório Mendelics de São Paulo, para a pesquisa de mutações no gene PHEX. Resultados: Dos oito pacientes estudados, cinco eram do sexo feminino. A idade dos pacientes na primeira consulta variou de 0,3 – 10,1 anos, e a idade de diagnóstico variou de 0,9 – 10,1 anos. Havia histórico familiar de RH em 5 de 8 pacientes, nenhum com consanguinidade. Todos apresentavam deformidades ósseas e 5 de 8 pacientes referiam dor óssea. Hipofosfatemia, níveis elevados de fosfatase alcalina e hiperfosfatúria estavam presentes em todos os casos, sendo que 7 dos 8 pacientes possuíam níveis de vitamina D normais. Quatro dos 8 pacientes apresentaram concentrações de PTH dentro do valor de referência e apenas um paciente tinha hipocalcemia ao diagnóstico. Nos oito pacientes foram encontradas mutações no gene PHEX (heterozigose, chrX: 22.129.607, com variação T>C; heterozigose, chrX: 22.263.449, com variação G>A; hemizigose chrX: 22.208.620, com variação G>A; hemizigose, chrX: 22.231.074, com variação C>T; heterozigose, chrX: 22.094.578, com variação C>T; hemizigose, chrX: 22.208.575 com variação C>T; heterozigose chrX: 22.295.937 – 22.266.590 com variação CNV), sendo duas delas inéditas na literatura (heterozigose, chrX: 22.129, com variação T>C; heterozigose, chrX: 22.094.578, com variação C>T). Conclusões: O estudo permitiu conhecer o fenótipo e o genótipo de crianças e adolescentes brasileiros com RHLX e acrescentou duas novas mutações do PHEX até então não descritas na literatura.