Extração, quantificação e caracterização química de carboidratos de baixa massa molecular de algas vermelhas (Rhodophyta)
Resumo
Resumo: No presente trabalho foram extraídos, identificados e quantificados os carboidratos de baixa massa molecular (CBMM) de 10 espécies de algas vermelhas (Rhodophyta). Os CBMM foram extraídos com etanol (70%) a 70 °C por 3 horas e analisados por RMN de 1H e 13C, CLAE, CG-EM e ESI-MS. A quantificação foi realizada por CLAE utilizando uma coluna de estireno divinilbenzeno na forma hidrogeniônica (HPX 87-H), a qual foi capaz de separar os heterosídeos digeneasídeo [a-D-manopiranosil-(1->2)-D-glicerato] e floridosídeo [a-D-galactopiranosil-( 1->2)-glicerol], De Acanthophora spicifera e Bostrychia binderii, ambas pertencentes a ordem Ceramiales, foram extraídos e purificados seqüencialmente por cromatografia de Adsorção (carvão-Celite) e filtração em Gel (BioGel P-2) os heterosídeos floridosídeo e digeneasídeo, respectivamente. As estruturas químicas foram confirmadas por RMN 1D e 2D, CLAE, ESI-MS e CG-EM. Estes heterosídeos foram utilizados como padrões, desde que estes compostos não estão disponíveis comercialmente. Foram realizadas curvas de calibração em CLAE para cada um dos heterosídeos utilizando detector de índice refratométrico (RID). Os resultados das análises de RMN de 13C e 1H, e CLAE demonstraram que as espécies: Acanthophora spicifera; Chondrophycus flagellifera; C. translúcida; Laurencia arbuscula; L. ciavata\ L filiformis-, L. furcata\ Polysiphonia sp., pertencentes a ordem Ceramiales, e Gracilaria cervicomis, ordem Gracilariales; Tricleocarpa cylindrica, ordem Nemaliales, biossintetisam tanto floridosídeo quanto digeneasídeo, sendo a primeira vez que foi descrita a presença de ambos heterosídeos (floridosídeo e digeneasídeo) na mesma planta. Foram verificadas diferenças nas concentrações destes heterosídeos, com grande variação da relação floridosídeo/digeneasídeo, não sendo possível estabelecer relação entre a concentração de íons (Na+. K+ e Ca2+) e a dos CBMM nas espécies estudadas. Assim sendo, o heterosídeo digeneasídeo não é um produto fotossintético exclusivo de espécies de algas pertencentes à ordem Ceramiales, e portanto sua presença ou ausência não pode ser considerada como caracter quimiotaxonômico desta ordem. Estes resultados demonstram a necessidade da utilização de técnicas de alta sensibilidade para a correta caracterização dos CBMM sintetizados pelas algas vermelhas, o que tem consequência direta na possível utilização destes carboidratos como marcadores quimiotaxonômicos.
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