Um olhar para os roteiros de aulas prático-experimentais na formação de professores de química

Abstract

Resumo : A formação inicial docente, em quantidade e qualidade, se coloca como um grande desafio para a educação brasileira. Na área de Química, além da demanda reprimida por mais professores, cabe discutir também a coerência e coesão entre as vivências formativas e as tendências pedagógicas e didáticas para a área. A experimentação como prática historicamente privilegiada, por exemplo, pode estar associada tanto à tradição pedagógica quanto ao movimento de renovação e crítica do ensino de ciências da virada para este século. Entretanto, não há garantias de que os formadores de professores (docentes das licenciaturas), especialmente nas disciplinas do núcleo básico, tenham formação pedagógica ou pautem seu trabalho nas referências sobre o ensino da área. Assim, o presente trabalho procurou compreender em que medida os experimentos desenvolvidos durante a formação de professores de Química são condizentes com as propostas pedagógicas para o ensino dessa componente curricular. O objetivo foi identificar as perspectivas, tradicional e/ ou investigativa, do ensino prático / experimental, em roteiros de aulas prático­experimentais de disciplinas de Química, em um curso de Licenciatura em Ciências Exatas, da Universidade Federal do Paraná, campus Jandaia do Sul. Tratase de uma pesquisa qualitativa, de natureza analítica, orientada pelo referencial teórico de Hodson (1998), Borges (2002) e Araújo e Abib (2003). Um instrumento de análise próprio foi desenvolvido e, a partir dele, se pôde evidenciar que as proposições pedagógicas e didáticas formalizadas para a formação dos/as licenciandos/as, futuros professores, neste contexto, associam­se, majoritariamente, à perspectiva tradicional, havendo, ainda, poucas elementos que remetem às tendências atuais, de caráter investigativo.