Avaliação histopatológica e detecção molecular do adenovírus aviário tipo 1 (FAdV-1) em moelas de frangos de corte da região oeste do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul

Abstract

Resumo: Objetiva-se a identificação e graduação de lesão por Adenovírus espécie A sorotipo 1 (FAdV-1) em moelas de frangos de corte oriundos da região Oeste do Paraná (PR) e Sul do Mato Grosso do Sul (MS), através das técnicas de macroscopia, microscopia, Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e avaliar o uso da Hibridização Fluorescente in situ (FISH) como ferramenta de diagnóstico. Foram analisadas 56 amostras de aves com idade entre um e 45 dias de vida, com suspeitas de erosão/ulceração em moela, em decorrência do baixo desempenho apresentado. As amostras foram classificadas em três grupos, conforme a idade: 1 (uma semana), 2 (duas a três semanas) e 3 (acima de três semanas). Fragmentos de moela foram fixados em formol 10%, incluídos em parafina e cortados a 5µm em lâminas de vidro comum para serem coradas em hematoxilina-eosina (HE) e em lâminas silanizadas para a realização da FISH; também, foram coletados fragmentos para a realização da PCR, sendo estes armazenados a -20°C. Tanto na macroscopia quanto na microscopia, as lesões foram analisadas e classificadas em grau 1,2,3 e 4 conforme a lesão da membrana de coilina, presença de infiltrado inflamatório em mucosa com associação ou não de fibrose em lâmina própria, assim como a presença/ausência de corpúsculo de inclusão e o grau de marcação na FISH, o qual foi agrupado conforme a intensidade da presença do agente no tecido em discreta (até 10% do tecido), leve (11 a 30%), moderada (31 a 60%), acentuada (61 a 90%) e severa (91 a 100%). Das amostras analisadas, apenas 5,35% (3/56) apresentavam alterações macroscópicas leves a moderadas, pertencentes ao grupo 1 e 2 respectivamente; microscopicamente, 92,85% (52/56) das amostras apresentavam lesão, sendo no grupo 1 visualizadas alterações de grau 1 e 2, totalizando 9,61% (5/52) e 28,84% (15/52); no grupo 2, alterações de grau 2 totalizando 21,15% (11/52) e no grupo 3, em 7,69% (4/52) não havia qualquer alteração histológica e em 40,38% (21/52) apresentavam lesão grau 3. A presença de corpúsculo de inclusão foi visualizada em 28,84% (15/52) das amostras, com predomínio no grupo 1, totalizando 46,66% (7/15); 40% (6/15) no grupo 2 e 13,33% (2/15) no grupo 3. A marcação do FISH foi positiva em 57,14% (32/56) das amostras, sendo 40,62% (13/32) no grupo 1; 15,62% (5/32) no grupo 2 e 43,75% (14/32) no grupo 3. A marcação da FISH foi positiva em 57,14% (32/56) das amostras, sendo 40,62% (13/32) no grupo 1; 15,62% (5/32) no grupo 2 e 43,75% (14/32) no grupo 3. A marcação moderada foi a com maior predomínio, obtida em aves do grupo 1 e 3. Na PCR, 30,35% (17/56) revelaram resultados positivos, sendo 47,06% (8/17) no grupo 1; 41,18% (7/17) no grupo 2 e 11,76% (2/17) no grupo 3. Desta forma, conclui-se que as técnicas utilizadas foram eficazes para a detecção do FadV-1, sendo a FISH uma ferramenta de diagnóstico passível a ser utilizada e a confirma-se a presença do FAdV-1 em granjas de frango de corte na região oeste do PR e Sul do MS.

Abstract: The objective of this study was to identify and classify Adenovirus species A serotype 1 (FAdV-1) lesions in gizzards of broilers from western Paraná (PR) and southern Mato Grosso do Sul (MS) regions, using macroscopy, microscopy and Polymerase Chain Reaction (PCR) techniques, and to test the use of Fluorescent In situ Hybridization (FISH) as a diagnostic tool. For this, samples were collected from 56 birds aged between one and 45 days with suspected gizzard erosion/ulceration, due to the low performance presented. The samples were classified into three groups, according to age: 1 (birds one week old), 2 (birds two to three weeks old) and 3 (birds three weeks old until slaughter). Gizzard fragments were fixed in 10% formalin, embedded in paraffin and cut at 5µm on glass slides to be stained with hematoxylin-eosin (HE) and on silanized slides for FISH; fragments were also collected for PCR and stored at - 20°C. Both macroscopically and microscopically, the lesions were analyzed and classified in grades 1,2,3 and 4 according to the coilin membrane lesion, presence of inflammatory infiltrate in mucosa with association or not of fibrosis in lamina propria, The degree of FISH staining was grouped according to the intensity of the presence of the agent in the tissue as mild (up to 10% of the tissue), light (11 to 30%), moderate (31 to 60%), severe (61 to 90%) and severe (91 to 100%). Of the samples analyzed, only 5.35% (3/56) presented mild to moderate macroscopic alterations, belonging to group 1 and 2, respectively; microscopically, 92.85% (52/56) of the samples presented lesions, with 9.61% (5/52) and 28.84% (15/52) of grade 1 and 2 alterations being seen in group 1; In group 2, grade 2 alterations totaling 21.15% (11/52) and in group 3, in 7.69% (4/52) there were no histological alterations and in 40.38% (21/52) there were grade 3 lesions. The presence of inclusion bodies was visualized in 28.84% (15/52) of the samples, with a predominance in group 1, totaling 46.66% (7/15); 40% (6/15) in group 2 and 13.33% (2/15) in group 3. FISH staining was positive in 57.14% (32/56) of the samples, 40.62% (13/32) in group 1; 15.62% (5/32) in group 2, and 43.75% (14/32) in group 3. Moderate marking was the one with the highest predominance, obtained in birds from group 1 and 3. As for PCR, 30.35% (17/56) were positive, 47.06% (8/17) in group 1, 41.18% (7/17) in group 2 and 11.76% (2/17) in group 3. Thus, we conclude that the techniques used were effective for the detection of FAdV-1, and FISH is a diagnostic tool that can be used to confirm the presence of FAdV-1 in broiler farms in the western region of PR and southern MS.