Revisão taxonômica integrativa de Cordulisantosia Fleck e Costa, 2007 : um gênero de libélulas endêmicas de montanhas da Mata Atlântica do sudeste do Brasil (insecta: odonata: corduliidae s.s.)
Resumo
Resumo :As libélulas do grupo Corduliidae s.l. representam linhagens intermediárias entre os Libellulidae e outros Libelluloidea, tornando investigações sobre a sistemática e filogenia dos corduliídeos indispensáveis para compreender a evolução dos Libelluloidea. Cordulisantosia Fleck & Costa, 2007 é um pequeno gênero confinado às florestas em cadeias montanhosas da Serra do Mar e da Mantiqueira, sudeste do Brasil, em altitudes superiores a 1000 metros. Três espécies muito semelhantes foram descritas para o gênero e são consideradas válidas: C. marshalli (Costa & T.C. Santos, 1992) (Nova Friburgo, RJ), C. machadoi (Costa & T.C. Santos, 2000) (Parque Nacional Serra da Bocaina, SP) e C. newtoni (Costa & T.C. Santos, 2000) (Parque Nacional do Itatiaia, MG). As fêmeas são desconhecidas, mas os últimos estádios larvais de duas espécies foram descritos. O objetivo deste trabalho é realizar uma análise taxonômica integrativa das espécies de Cordulisantosia com base em dados morfológicos e moleculares, apresentando uma revisão taxonômica completa contendo ilustrações, diagnoses e caracterização do gênero. O estudo morfológico comparativo, a obtenção de medidas e fotografias foram realizados com auxílio de um estereomicroscópio e câmera fotográfica. Foram realizadas reações em cadeia da polimerase para obtenção de dados moleculares para realização de análises de distância genética. Uma revisão bibliográfica foi realizada para elaboração de listas sinonímicas e para a compilação de dados de distribuição. Sete localidades em três estados brasileiros foram definidas para contemplar a distribuição do gênero. Após análise do material, foi observado que as espécies foram diagnosticadas com base em parâmetros dúbios, como pequenas diferenças nos apêndices caudais e coloração dos reflexos metálicos, que variam conforme a direção de incidência e tipo de fonte luminosa. Portanto, os caracteres diagnósticos utilizados para a distinção das espécies não serviam para esse propósito, tornando o gênero monotípico contendo apenas sua espécie-tipo, Santosia marshalli. Assim, o gênero foi redescrito e diagnosticado, seus caracteres diagnósticos ilustrados, bem como a primeira fêmea registrada e caracterizada.
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