Extração de compostos bioativos de casca e polpa de Dioscorea Bulbifera l.
Visualizar/ Abrir
Data
2021Autor
Carneiro, Gabrielly Ribeiro, 1998-
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Resumo : O cará-moela (Dioscorea bulbifera L.) é um tubérculo aéreo comestível pouco explorado, pertencente ao grupo das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), mas que pode apresentar características nutricionais e ter aplicações em produtos nutracêuticos. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo extrair compostos bioativos da casca e da polpa de cará-moela por meio da combinação das técnicas de ultrassom e extração sólido-líquido bem como avaliar o potencial bioativo. As extrações foram realizadas conforme delineamento experimental Box Behnken (32 ), com as variáveis independentes temperatura (60, 70 e 80 °C) e tempo (30, 45 e 60 minutos), e o teor de compostos fenólicos totais, expressos em miligramas de equivalente de ácido gálico (mg EAG), como variável dependente. O potencial bioativo foi avaliado por métodos espectrofotométricos UV-Vis através de análise do teor de flavonoides totais (miligramas de equivalente de catequina - mg EC), estimativa de carotenoides totais, atividade sequestrante de radical ABTSo+, a auto-oxidação pelo sistema ?-caroteno/ácido linoleico (% AOA), a atividade de remoção de peróxido de hidrogênio (H2O2), o método de redução de ferro e a digestibilidade gastrointestinal simulada. A extração a 80 °C por 60 minutos apresentou o maior teor de compostos fenólicos totais, 715,53 ± 8,00 mg EAG 100 g 1 , para a casca, enquanto a extração a 70 °C por 45 minutos apresentou 235,50 ± 25,30 mg EAG 100 g-1, para a polpa. Os extratos com maior teor de compostos fenólicos totais foram avaliados quanto aos demais compostos bioativos. Os extratos da casca e polpa apresentaram teor de flavonoides de 363,63 ± 8,92 mg EC 100 g-1 e 102,44 ± 1,51 mg EC 100 g-1, respectivamente. A estimativa do teor de carotenoides totais permitiu obter para a casca, 2,13 ± 0,11 µg 100 g-1 e para a polpa, 1,34 ± 0,11 µg 100 g-1. A capacidade antioxidante foi avaliada pelos resultados dos diferentes métodos aplicados, sendo que para o método de redução de ferro (FRAP) obteve-se 125,09 ± 8,52 µM sulfato ferroso g-1 para casca e 32,76 ± 0,65 µM sulfato ferroso g-1 para polpa, apresentaram remoção de H2O2 de 29% para a polpa e 41% para casca, para o método de sequestro do radical ABTS 66,88 ± 0,93 µM Trolox g-1 para casca e 14,93 ± 0,31 µM Trolox g-1 para polpa, enquanto pelo sistema ?-caroteno/ácido linoleico, cerca de 84% e 47%, para casca e polpa, respectivamente. As frações de casca e polpa foram submetidas a digestibilidade gastrointestinal simulada com diminuição do teor de compostos fenólicos totais para ambas as frações. A bioacessibilidade foi determinada em relação ao teor de compostos fenólicos, sendo obtido em torno de 25% (polpa) e 16% (casca) acessíveis para absorção no intestino. A combinação dos métodos de ultrassom e extração sólido-líquido se mostrou eficaz na extração de compostos bioativos do cará-moela, sendo uma potencial fonte para isolamento e purificação de compostos bioativos, com possíveis aplicações na indústria de alimentos.